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Juventude institucionalizada e violência do abandono

Apresentado nesta quarta, dia 5, dentro da Jornada de Iniciação Científica, o trabalho “Juventude Institucionalizada e Violência do Abandono” traz questões sobre crianças e adolescentes que vivem ou que já viveram em abrigos. De acordo com um dos autores, Richarlls Martins, a maioria dos jovens sai de casa em razão de conflitos familiares, segue para abrigos e de lá, para as ruas. Isso revela, segundo ele, que as instituições encontram dificuldades em mantê-los em suas instalações. Dos 30 jovens entrevistados, 20 já viveram nas ruas.

Outro dado importante é a constatação de que muitos jovens chegaram a passar por oito abrigos. “A rotatividade dos adolescentes assusta à medida que dificulta a construção de vínculos  afetivos, ligados à sociabilidade”, diz Richarlls. A maioria dos abrigos pelos quais os jovens passaram não conta com apoio psicossocial. Embora haja grande evasão, há também aqueles que permanecem e adiam a saída quando completam 18 anos. Jovens sem pais são os que compõem esse grupo.

Futuro

Richarlls apresentou hoje outro trabalho na JIC 2008, cujo título é “O tempo anda correndo, voando: a construção do projeto de vida na juventude desafiliada no Rio de Janeiro”. O trabalho é orientado por Ligia Leite, Maria Ester Salgado e Adriana Botelho.

Ao ser entrevistada sobre perspectivas de futuro em relação a aspectos pessoais, afetivos e culturais, a maioria relatou baixa expectativa. Poucos disseram querer seguir carreiras que exijam ensino superior. Richallrs deu como exemplos o depoimento da menina que gostaria de ser juíza e cabeleireira e de um jovem que manifestou interesse em ser garçom.

O estudante esclareceu o nome do artigo relatando o caso de um menino que morou por 16 anos em uma ONG. Ao ser perguntado sobre o que projetava para o futuro, o jovem respondeu: “o tempo anda correndo, voando”.

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