Os movimentos irlandeses na luta pela afirmação de sua nação. Esse foi um dos temas abordados nesta quarta, dia 5, no Anexo da Escola de Serviço Social, pelo estudante Igor Lapsky da Costa Francisco. O trabalho, intitulado “O Sistema de Inteligência Irlandês durante a Guerra Civil na Irlanda (1916-1921)”, faz parte do seu projeto de monografia, produzido sob a orientação do professor Francisco Carlos Teixeira da Silva.
“Escolhi esse tema porque é um estudo de guerras, algo que particularmente me interessa”, afirma Igor, que utilizou em seu quadro teórico os conceitos de inteligência, história militar, guerra urbana e história do tempo presente.
No início do século passado, a Irlanda era palco de diversas revoltas de cunho nacionalista. Nessa época, foi fundado o Sistema de Inteligência Irlandês, que auxiliava o Exército Republicano Irlandês (IRA), fornecendo informações sobre o posicionamento da polícia inglesa em determinado local, planejando rotas de fuga e estratégias de ataque. Seu principal ícone foi Michael Collins, um líder revolucionário do país.
Porém, segundo Igor Lapsky, o sistema irlandês foi muito além: "Esse sistema desencadeou novos formatos de terrorismo, com a sua dinâmica revolucionária. Além disso, ele teve papel crucial para o desenvolvimento do IRA e de sua influência na auto-determinação irlandesa. Sem o apoio da população, o sistema nunca teria dado certo”, afirma o palestrante.
Ele acrescentou que “o Sistema de Inteligência Irlandês possuía um departamento específico de contra-inteligência que disseminava informações turvas, que confundiam o inimigo, no caso a Grã-Bretanha”. As táticas do Sistema de Inteligência Irlandês, como assassinatos e seqüestros, além de sua relação íntima com o IRA, põem em cheque os próprios conceitos de “guerra” e conseqüentemente “guerra urbana”, avalia o estudante. Isso porque, segundo ele, no caso da Guerra de Independência Irlandesa, não se tratava de um conflito entre Estados, mas de um combate no qual se recorria a práticas terroristas.
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