Para compreender melhor um dos principais fatores que levam crianças a desenvolverem paralisia cerebral, a estudante Letícia Alcântara, da Faculdade de Medicina da UFRJ, desenvolveu o trabalho “O impacto da hipoxia intra-uterina no cérebro em desenvolvimento”. Segundo Letícia, o estudo procurou entender o que acontece durante a falta de oxigenação no sistema nervoso central e, assim, buscar alternativas para reverter o processo. Para isso, a estudante induziu a hipoxia — redução da quantidade de oxigênio absorvida pelo organismo —, em camundongos durante todo o período da gestação.
— Os animais foram colocados numa caixa fechada, onde diminuímos a quantidade de oxigênio. Entre as alterações observadas, verificamos que os camundongos que se desenvolveram em condições normais tinham o dobro do peso e tamanho quando comparados aos que sofreram hipoxia. Além disso, todos os órgãos internos desses últimos animais eram menores e com desenvolvimento atrasado — explica a estudante.
Letícia destaca ainda que o sistema nervoso dos camundongos que tiveram o oxigênio reduzido desenvolveu-se mais lentamente, o que acarretou déficit motor, de fala e de articulação. Por outro lado, o córtex, parte do cérebro responsável pelo aprendizado e pela memória, não foi afetado.
— Estamos tentando observar por qual mecanismo o córtex consegue se desenvolver naturalmente e, dessa forma, encontrar um fármaco ou uma droga que diminua os efeitos da hipoxia no resto do sistema nervoso – conclui a aluna.
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