Um dos responsáveis pela implantação, em 64, do primeiro curso em Química Orgânica do Instituto de Química da UFRJ, implantado até então no Brasil - o Prof. Warner Bruce Kover receberá nesta dia 14, às 18 horas, em sessão solene do Conselho Universitário da UFRJ, no salão Pedro Calmon do Fórum de Ciência e Cultura, o título de Professor Emérito desta Universidade.

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Memória

Bruce Kover, professor emérito da UFRJ

Um dos responsáveis pela implantação, em 64, do primeiro curso em Química Orgânica do Instituto de Química da UFRJ, implantado até então no Brasil – o Prof. Warner Bruce Kover receberá nesta dia 14, às 18 horas, em sessão solene do Conselho Universitário da UFRJ, no salão Pedro Calmon do Fórum de Ciência e Cultura, o título de Professor Emérito desta Universidade.

 Um dos responsáveis pela implantação, em 64, do primeiro curso em Química Orgânica com disciplinas formais na Pós-Graduação do Instituto de Química da UFRJ – modelo inspirado na experiência norte-americana que diferia àquele de orientação européia, implantado até então no Brasil – o Prof. Warner Bruce Kover receberá nesta sexta-feira, dia 14, às 18 horas, em sessão solene do Conselho Universitário da UFRJ, no salão Pedro Calmon do Fórum de Ciência e Cultura, o título de Professor Emérito desta Universidade. Ele dirigiu o IQ no período de 80-85.

Quarenta e quatro anos após ter chegado ao Brasil vindo diretamente do Califórnia Institute of Technology, onde acabara de cumprir seu doutorado, este norte-americano naturalizado brasileiro admite ter “invadido” a área acadêmica ao decidir permanecer em nosso país – seu projeto inicial era ficar apenas 18 meses, após os quais retornaria aos Estados Unidos para se dedicar à pesquisa de novos produtos industriais, onde já recebera alguns convites de trabalho – mas conseguiu trabalhar junto e ser reconhecido pelos colegas brasileiros: “a homenagem desta sexta-feira é uma prova disto”, revelou ele.

Na UFRJ, onde também é titular, o Prof. Kover dá aulas até hoje em uma disciplina na Pós-Graduação (primeiro semestre), “Mecanismos de reação em Química Orgânica” e em outra na Graduação (segundo semestre). Contudo, orgulha-se de nunca ter repetido uma mesma aula, mesmo quando teve disciplina igual em dois horários seguidos. “Existe sempre a tentativa para se entrar com outro exemplo”, justifica o mestre. Ao aluno, cabe-lhe saber aproveitar a oportunidade para aprender e aproveitar este encorajamento que lhe foi dado para avançar no seu conhecimento.

Obtendo melhores resultados no estudo
Ao longo da carreira, o Prof. Kover publicou 31 trabalhos e participou de 81 bancas de mestrado e 59 de doutorado, havendo orientado 22 dissertações de mestrado – todas originais, oriundas de trabalhos de laboratório – e 13 teses de doutorado.

Para ele, tudo isto é conseqüência de um grande esforço para se estudar o tempo todo. “O aluno que se comporta assim produzirá melhores resultados, e avançará o equivalente ao trabalho de dez anos em relação àquele que estuda somente de quatro a seis horas por semana. Ele vai aprender, sabendo multiplicar o que aprendeu ontem”, afirma o professor.

O Prof. Kover compara a teoria do aprendizado em Química ao jogo de xadrez. Antes de mais nada, este aluno precisará de uma enorme base de informação – uma espécie de memória a longo prazo – e, como bom observador, de conhecer o comportamento das moléculas. Afinal, diz, a Química Orgânica é uma área experimental, motivada pelos objetivos finais – as moléculas preparadas. E sugere: observar sempre a estrutura final, começando a reconstruir de volta as matérias primas. E ser também muito intuitivo e não necessariamente cartesiano. “O aluno deve saber explicar os resultados, e prever novos resultados a serem procurados”, enfatiza o professor.

As dificuldades de aprendizagem, porém, não se limitam ao aluno. Também os livros que o ajudarão neste aprendizado têm problemas semelhantes. Segundo o Prof. Kover, esta é uma das razões para que certas reações em Química Orgânica aprendidas por ele há cerca de 50 anos não constarem mais nos livros-textos de graduação atuais. Pois seus autores não sabem como explicá-las.