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Jornada discute anti-semitismo alemão

Como parte das atividades da 30ª edição da Jornada de Iniciação Científica, Artística e Cultural (JIC 2008), a estudante Camila Garcia Baz apresentou, na manhã desta quarta, dia 4, no anexo da Escola de Serviço Social, no campus da Praia Vermelha, o trabalho sobre o anti-semitismo alemão do início do século XX.

A pesquisa “O Anti-Semitismo nos Púlpitos das Igrejas Cristãs Alemães (1920 – 1940)” foi orientada pelo professor Andre Leonardo Chevitarese. Seu objetivo foi analisar a articulação das teorias raciais com a afirmação do nazismo. Essas teorias, elaboradas no final do século XIX, foram espalhadas pelo Estado e pela própria sociedade, transbordaram do mundo acadêmico e se instalaram no senso comum alemão. “Era o darwinismo racial. Ele saiu do campo da hipótese científica e se transformou numa ideologia”, afirma Camila. Um exemplo da disseminação desse pensamento foi a criaçao da Associação Alemã de Higienização Racial, na primeira metade do século XX.

Segundo ela, a ascensão do nazismo no período pós-Primeira Guerra se relacionou em grande parte às idéias nacionalistas e anti-semitas e à postura de oposição ao capitalismo. Acreditava-se numa superioridade dos alemães (raça ariana) em relação a outras etnias e grupos sociais, como ciganos e judeus.

A Igreja Católica, durante esse conturbado período da história alemã, não se posicionou contra o movimento anti-semita. “Já as igrejas protestantes se mostraram ainda mais dóceis a essa desjudaização”, complementa a estudante. A partir de 1939, muitos pastores católicos adotaram uma postura mais crítica em relação ao judaismo. Alguns afirmavam que Jesus não seria um judeu, mas sim um cristão primitivo.

– Num primeiro instante, a população alemã denunciava amigos e vizinhos judeus por causa da distinção moral. Mas não demorou muito para que eles incorporassem as idéias gerais anti-semitas. Esse fato, somado ao meu desejo de pesquisar algo ligado à religião, fez como que eu me engajasse nessa pesquisa sobre a cooperação da população com o Holocausto – afirma Camila.

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