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Sexualidade do idoso é tema de palestra na JIC

As atividades da XXX Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural (JIC 2008) continuam a todo vapor na manhã desta terça-feira (04/11). Na sala 7 do Instituto de Psicologia (IP), no campus da Praia Vermelha, a estudante Amanda Alves Migliora, do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS), apresentou seu trabalho “Gênero, Sexualidade e Envelhecimento na Cidade do Rio de Janeiro”, que foi formulado  sob a orientação de Mirian Goldenberg.

Segundo as fontes do trabalho, dentre os estados brasileiros, o Rio de Janeiro é aquele que possui a maior parcela de população de idosos em relação ao seu total. São quase 15 pessoas de idade avançada para cada 100 habitantes. Para compreender melhor esse grupo social e seus hábitos na atualidade, a palestrante fez uma análise de mídia, principalmente a televisiva, e entrevistou em profundidade duas senhoras já idosas.  

– Hoje, observamos dois modelos dominantes de comportamento para os idosos: um que afirma a perda das possibilidades, e outro que prega a manutenção dessas possibilidades – afirma Amanda Migliora, ao comentar um dos resultados de sua pesquisa. Na concepção da estudante, a personagem Copélia, do programa humorístico “Toma lá dá cá”, da Rede Globo, é uma boa representação do segundo caso: “Apesar de forçado, essa personagem retrata a tentativa de manutenção de um comportamento jovial, de um estilo de vida voltado para aventuras, inclusive as sexuais. Ela é polêmica porque a problemática de tal modo de vida se dá essencialmente no campo social. A castidade é afirmada como norma para as pessoas de idade avançada.” – diz a estudante do IFCS.

Nas entrevistas, as idosas comentaram as perdas que sofreram com o avançar da idade. Essas questões estavam ligadas majoritariamente com a aparência, o corpo e as vestimentas. Elas também teceram observações em relação ao preconceito e a discriminação de que eram alvos.

Em sua conclusão, Amanda Migliora percebe que a velhice não se trata de uma perda total das possibilidades, mas que também não é uma manutenção total delas. Ela termina o seu trabalho com uma pergunta: “Qual o lugar de uma mulher com mais de 60 anos na sociedade carioca?”.


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