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Estudo em pacientes com Síndrome de Down

Hoje (4/11), na Jornada de Iniciação Científica, o trabalho “Maturação Biológica e Força de Preensão Manual de Adolescentes com Síndrome de Down” foi apresentado por Maria Fernanda Andrade de Aguiar, aluna da Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ, sob orientação de Fátima Palha e Márcio Ribeiro. De acordo com a aluna, que também é integrante do Laboratório de Fisiologia do Exercício, a pesquisa se originou de uma parceria com o setor de Genética do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG/UFRJ), que traçou um perfil cineantropométrico de portadores de Síndrome de Down.

Segundo Maria Fernanda, a Síndrome de Down é uma doença genética em que ocorre o desequilíbrio da constituição cromossômica, havendo um cromossomo 21 extra. Sua incidência é em um a cada setecentos recém-nascidos. “No que se refere à força, ocorre uma diminuição do tônus muscular e reações posturais, além de um atraso nas aquisições motoras e um tempo de reação menor”, relata a aluna. A doença pode se apresentar de três formas: trissomia livre, mosaicismo e translocação. Em caso de trissomia, as manifestações da síndrome serão maiores, enquanto no mosaicismo, menores. Tendo isto como base, o objetivo do trabalho foi comparar a força de preensão manual de crianças e adolescentes com síndrome de down, maturáveis e não-maturáveis.

– A amostra teve vinte e três pacientes do sexo feminino com idade média de treze anos, apresentando Síndrome de Down através do cariótipo, atendidas no IPPMG. O trabalho foi aprovado por comitês de ética e recebeu autorização dos responsáveis pelos adolescentes e crianças. A avaliação se constituiu pelo método antropométrico, utilizando-se a estatura e a massa corporal total. A força de preensão manual foi feita através do Hand Grip, dinamômetro – explica Maria Fernanda. Ainda no processo, a maturação biológica das pacientes foi dividida entre maturada, na presença da menarca, e não-maturada, na ausência. Após a análise de dados, constataram-se quinze das vinte e três meninas maturadas, e oito não-maturadas.

Comparando as duas classificações quanto a lados direito e esquerdo, não se obteve diferença considerável na força de preensão. Na análise exclusiva do lado direito, as maturadas tiveram mais força do que as não-maturadas. “Isto já era esperado com base na literatura, porque as maturadas possuem um desenvolvimento superior”, observa a aluna. Quando se compara lado esquerdo, não se obtém resultados significativos. “Fizemos por fim a força de preensão manual dominante, entre esquerda e direita, e encontramos resultados relevantes para as maturadas. A literatura diz que o índice de maturidade possui relação evidente com o desenvolvimento de força. E as mudanças do desenvolvimento motor estão ligadas às mudanças fisiológicas que a puberdade traz”, conclui Maria Fernanda. Ela ainda acrescentou que a força de preensão manual aumenta com a evolução da idade. Como conclusão, a maturação biológica pode ter uma relação com a força de preensão manual e esta condição é semelhante na ausência da síndrome. 

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