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A percepção da linguagem por pacientes de Alzheimer

O Mal de Alzheimer é uma doença degenerativa do cérebro caracterizada pela perda progressiva das habilidades cognitivas ligadas ao raciocínio e à memória, o que compromete o uso da linguagem. Observando as relações entre as alterações provocadas na mente humana e a forma como os indivíduos apreendem certos elementos lingüísticos, Juliana Nespoli, estudante do 6º período da graduação em Letras – Português/Inglês, e Adriana Lessa, aluna do mestrado no mesmo curso, apresentaram o trabalho “A detecção da agramaticalidade relacionada a tempo e aspecto por pacientes de Alzheimer” nesta XXX Jornada de Iniciação Científica, Artística e Cultural.

Orientadas pelos professores Celso Vieira Novaes, Adriana Leitão Martins e Fernanda Rodrigues, as estudantes tomaram como ponto de partida para a pesquisa as conexões existentes entre linguagem, conceito e memória. A partir daí, o trabalho se concentrou na verificação de possíveis comprometimentos lingüísticos ou conceptuais nos pacientes analisados. “Nosso objetivo principal é investigar se há dissociação entre tempo e aspecto na mente do indivíduo que sofre de Alzheimer”, explicou Adriana. Tempo e aspecto são duas categorias estudadas pela Lingüística que permitem ao leitor e ao ouvinte identificar uma situação verbal de acordo com sua temporalidade e duração, respectivamente.

Juliana e Adriana aplicaram testes neuropsicológicos e lingüísticos em pacientes com e sem comprometimento conceptual. Utilizando sentenças sonda compatíveis e incompatíveis do ponto de vista gramatical, as alunas compararam os resultados obtidos na análise de indivíduos normais (controle) e os pacientes de Alzheimer e concluíram que aqueles sem comprometimento conceptual não apresentam alterações na expressão de tempo e aspecto. As próximas etapas do trabalho darão conta de pacientes com maior grau de comprometimento conceptual.


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