Música, esporte e muita animação foram os ingredientes que marcaram, na última terça, dia 7, a visita do ex-atleta Robson Caetano à Escola de Educação Física e Desportos (EEFD) da UFRJ. O evento, parte do projeto “Heróis do Atletismo”, da Caixa Econômica Federal, reuniu estudantes da EEFD e crianças de comunidades próximas à universidade. Durante o encontro, o medalhista olímpico falou sobre a capacidade de mudança social pelo esporte e a importância da educação para o futuro dos jovens.
Nascido no Rio de Janeiro, Robson deu seus primeiros passos no atletismo no ensino médio, quando participou do projeto Pentatlo Nacional. Aos 21 anos, já era campeão dos 200 metros na Copa do Mundo de Canberra, na Austrália. Durante sua carreira, conquistou duas medalhas de bronze em Jogos Olímpicos – a primeira em 1988, nos 100 metros rasos, em Seul, e a outra, em 1996, no revezamento 4×100, em Atlanta. Em 1991, venceu os 100 e 200 metros em Havana. Foi ainda tetracampeão ibero-americano dos 200 metros, recebendo medalhas em Havana (1986), México (1988), Manaus (1990) e Sevilha (1992).
Atualmente, Robson faz parte do projeto “Heróis do Atletismo”, cujo objetivo é estimular a prática esportiva entre os jovens e permitir que as novas gerações conheçam a história do atletismo. O programa organiza palestras, seminários, cursos e acampamentos de treino em todo o país, fomentando a cidadania. Para o medalhista, o esporte e a educação são as principais ferramentas para uma sociedade mais justa e igualitária. “Existe a possibilidade de uma vida melhor se tivermos vontade de mudar nossa condição e, principalmente, no caso dos meninos e meninas presentes hoje aqui, se estudarmos”, destaca o ex-atleta.
Segundo Robson, sua trajetória mostra, de forma clara, como o esporte é capaz de promover transformações na sociedade. “Nasci na Maré e, durante muito tempo, pensei em como poderia, de alguma forma, ajudar minha comunidade e as comunidades do entorno. As respostas nunca vinham, porque ainda era muito jovem”, revela. No entanto, foi por meio da prática esportiva que o medalhista conseguiu transformar sua vida. “Saí de uma situação desfavorecida para uma situação um pouco melhor. A mudança foi possível por uma arma muito forte, que chegou em minha vida quando estava jogando futebol de várzea. Essa arma, um profissional de educação física, conseguiu mudar a minha vida através do esporte”, afirma o esportista.
Hoje, com 44 anos, Robson Caetano chama a atenção para a importância e a responsabilidade social dos profissionais de Educação Física. “Graças ao esporte e aos meus professores, tive a chance de aproveitar a oportunidade dada”, concluiu o campeão olímpico.