A proposta de distribuição de vagas docentes do Programa de Reestruturação e Expansão (PRE/UFRJ 2008-2012) foi apresentada nesta quinta-feira (16/10) em reunião, excepcional e sem caráter deliberativo, do Conselho Universitário (Consuni). O estudo, realizado pela Pró-reitoria de Graduação (PR-1), ainda será apreciado na próxima plenária do Conselho. Para o próximo ano, estão previstas 206 vagas decorrentes do PRE e outras 16 destinadas ao ensino à distância. O reitor Aloísio Teixeira anunciou também a estratégia de converter, gradativamente, as 536 vagas de professores-substitutos em vagas de regime de dedicação exclusiva.
“Vivemos um momento excepcional na vida universitária em termos de alocação de vagas na universidade. Há um avanço, mas não se trata de uma situação ideal. As vagas contemplam os atuais PREs, mas não as carências passadas. Quanto ao banco nos devolve um relativo grau de autonomia”, ponderou o reitor, analisando que os impactos da atual crise financeira estão apenas começando a aparecer no mundo da produção. “Em curto prazo não sou otimista, existe uma profunda incerteza. Conhecendo a cabeça de muitos economistas, temo que eles persistam no erro de cortar no investimento público. Não podemos recuar, mas pressionar e continuar na luta por mais vagas”, apontou o reitor que ainda parafraseou Marx. “Diante da crise, não só o que é sólido se desmancha no ar, como também o que é líquido”.
Após explicar os critérios para a alocação de vagas, a pró-reitora (PR1) Belkis Waldman respondeu os questionamentos e as dúvidas dos conselheiros presentes.”É um trabalho primoroso, mas sugiro que se acrescente uma tabela que estime o número de vagas ideais para servir como instrumento gerencial”, propôs Mauro Marzochi, representante do governo municipal no Conselho. O professor do Instituto de Biologia (IB), Ricardo Iglesias, lembrou que em 14 anos a universidade expandiu em 5% as suas vagas e, agora, em um ano há perspectiva de elevar esse número para 50%. “Isto é uma boa notícia. Nesta fase de novidades, precisamos pensar em mudar o modo de se distribuir vagas, preso aos interesses das unidades. Na verdade, esse modo fragmentado reflete a fragmentação de nossa universidade”.