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Memória

Letras promove encontro entre Brasil e Japão

O I Encontro Cultural entre Brasil e Japão, realizado na Faculdade de Letras (FL) da UFRJ, recebeu a comitiva da Internacional Research Center for Japenese Studies (Nichibunken). Durante o evento, os integrantes da comitiva apresentaram estudos realizados no centro sobre diferentes áreas temáticas como Literatura e Arte Modernas, História Econômica e Cultura.

O professor japonês e integrante da comitiva, Shuhei Hosakawa, pesquisador da cultura dos imigrantes japoneses, explicou que uma forma de divertimento nas colônias de imigrantes japoneses, em São Paulo, na década de 1950, era a projeção de filmes nipônicos. O professor também expressou seu interesse pelos conflitos lingüísticos existentes entre duas gerações de nipo-brasileiros, uma que só fala japonês e outra, português.

Ele afirmou, ainda, que, no Japão, existem, cerca de 200 mil dekasseguis morando em algumas áreas do país. Nessas áreas, é praticado o ensino da língua portuguesa para os alunos em fase de alfabetização. No entanto, ele explica que, para os desejosos de permanecer no país, é incentivado a aprendizagem da língua japonesa. “Estimular o aprendizado de uma ou outra língua é um ponto ainda sem definição, porque esta questão deve passar pela estruturação da vida dos nipo-brasileiros dentro ou fora do Japão”, destaca.

Outra temática que veio à tona durante o encontro, trazida pelo professor japonês, Monta Hayakawa, foi o Ukiyoe – tipo de arte, em que a estampa xilográfica Shunga se destaca. O professor afirmou que a Shunga é mundialmente conhecida, no entanto, pouco compreendida, sobretudo, por japoneses, que a interpretam como uma pintura pornográfica.

De acordo com Hayakawa, é preciso ver além do desenho para se ter a compreensão exata desse tipo de arte. “A Shunga representa a paixão entre os casais, não só de jovens, mas também de adultos”, explica.

Segundo Hosakawa, o evento deste ano foi programado para o Brasil, em função da comemoração dos 100 anos da imigração japonesa no país. No ano anterior, a comitiva visitou a Rússia.

Durante sua exposição, Hosakawa explicou que, no Nichibunken, é oferecido curso de doutorado para japoneses, coreanos, vietnamitas, entre outros. No entanto, brasileiros também já podem se inscrever, pois um dos objetivos do curso é fazer o fortalecimento dos estudos internacionais.