Categorias
Memória

Colóquio de Química apresenta novos complexos petroquímicos

 Na manhã do dia 9 de outubro o Programa de Engenharia Química (PEQ) do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE/UFRJ) realizou o Colóquio Anual de Engenharia Química que teve como tema central “os 120 anos de Engenharia Química: das Operações Unitárias à Nanotecnologia”. Durante o evento foram apresentados os principais projetos da Petrobrás e da DOW Química, empresa líder em ciência e tecnologia que desenvolve, produz e fornece produtos químicos, plásticos entre outros.

Estiveram presentes na mesa de abertura Ângela Uller, pró-reitora de Pós-graduação e Pesquisa da UFRJ; Edson Watanabe, diretor de assuntos acadêmicos, representando o professor Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe; José Carlos Pinto, coordenador do PEQ e Neuman Solange de Resende, pesquisadora da UFRJ e integrante da comissão organizadora.

O professor José Carlos Pinto, responsável pela palestra de abertura, apresentou a estrutura e funcionamento do PEQ, primeiro programa da Coppe e o primeiro a oferecer cursos de pós-graduação em engenharia no Brasil.

O fórum "Retomada e Perspectivas da Petroquímica Brasileira", mediado pelo professor Cristiano Borges, reuniu Jorge C. Gomes, representante da Dow Química, Sergio Santos da União de Indústrias Petroquímicas S.A (Unipar), Laura L. de Oliveira da Comperj/Petrobras e Patrick Horbach Fairon, Diretor da Petrobrás Química S.A. para apresentar os objetivos de cada empresa e sua atuação.

Cristiano Borges apresentou um panorama geral sobre a petroquímica no Brasil e a pressão exercida sobre ela pelo crescimento mundial. Segundo informou, a estabilização populacional deve ocorrer apenas em 2075, o que implica em crescimento econômico e consequentemente em maior consumo de energia e necessidade cada vez maior de que seu uso seja eficiente, o que só é possível com novas tecnologias.

– O desenvolvimento é um investimento a longo prazo. Novas tecnologias como polímeros podem levar a uma redução de até 6,6% do consumo de combustível. Nossos desafios são como atingir o desenvolvimento sustentável, reduzir a dependência tecnológica, conciliar pesquisa e inovação com a demanda tecnológica e promover a fixação de jovens talentos no Brasil, informou Cristiano Borges.

Patrick Horbach Fairon apresentou o principal projeto da Petrobrás para os próximos anos: o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).  Com início da construção e montagem previsto para abril de 2009, o complexo possibilita o aumento da competitividade da indústria petroquímica nacional além da economia proporcionada pela possível redução das exportações. “Com a implantação do complexo espera-se que as empresas da 3ªgeração se instalem no seu entorno, formando um pólo transformador de plástico na região com potencial para atrair cerca de 200 empresas e com possibilidade de geração de cerca de 4 mil empregos. No entanto, para isso é preciso a contribuição do Estado e dos municípios através de incentivos fiscais e infra-estrutura logística”, declarou.

Jorge Gomes apresentou o Complexo Bahia Blanca e a importância da produção de plástico para a Dow Química. “O processo de desenvolvimento é feito a partir das necessidades e demanda dos consumidores. O principal desafio da produção de plástico é determinar o que fazer com o material que é descartado. Precisamos desenvolver embalagens mais sustentáveis, informar o mercado, proteger e capturar valor. Uma plataforma mais sustentável é formada pelo pilar: Reduzir, Reutilizar e Renovar. A embalagem do futuro deve reduzir em peso e consumo de recursos naturais, ser projetada para reuso e reciclagem. Atualmente, apenas cerca de 18% do plástico no Brasil é reciclado”, informou.

Recentemente, a Dow e a Crystalsev, empresa brasileira pioneira no setor sucroalcooleiro, iniciaram a construção do primeiro pólo álcoolquímico integrado do mundo a produzir em escala global. Com previsão para iniciar a produção em 2011, o pólo deve gerar cerca de 3200 empregos, colheita 100% mecanizada e reflorestamento para recuperação de áreas degradadas. “Com esse projeto é possível retirar 700 mil toneladas de gás carbônico (CO2) da atmosfera todos os anos, o que equivale a 5% de toda emissão do município de São Paulo. O produto vai ser o mesmo de hoje, porém mais sustentável”, concluiu Jorge Gomes.