O uso de simulações 3D na Construção Naval, feitas por meio de programas computacionais, foi tema de seminário promovido nesta quinta-feira, 18 de setembro, no Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CT/UFRJ). O evento começou às 15h e atraiu estudantes, professores e demais interessados para o auditório do Departamento de Engenharia Naval e Oceânica da Escola Politécnica (DEN-Poli/UFRJ).
Quem abriu a série de palestras foi o professor Luiz Felipe Assis, coordenador do projeto do Laboratório de Simulação de Sistemas de Construção Naval (Labsen), ligado ao Programa de Engenharia Naval e Oceânica do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Peno/Coppe).
Assis mostrou algumas experiências já desenvolvidas pelo laboratório, como os estudos que envolvem um estaleiro virtual em 3D. É possível visualizar a seqüência de montagem das peças de um navio, passo a passo, por exemplo, graças à modelagem feita com o auxílio dos programas de simulação.
Dentre os trabalhos futuros, ele citou o “Estaleiro digital: fábrica de barcos”, um modelo geral do estaleiro que está em desenvolvimento e que pretende associar todas as plataformas de simulação, atualmente utilizadas de forma separada.
– Um dos objetivos do Labsen é fazer a integração entre os alunos de Graduação e de Pós-graduação, assim como o trabalho conjunto com estaleiros nacionais. O projeto é importante, pois atua no desenvolvimento de capacitação tecnológica – afirmou o professor.
O laboratório existe desde 2006 e desenvolve, além dos estaleiros, modelos de simulação de oficinas e estações de trabalho, assim como de processos específicos. “Foran” e “Delmia” são dois exemplos de softwares utilizados.
Virtual que otimiza o real
Os modelos 3D são relevantes para as tomadas de decisão e para o planejamento de processos na Construção Naval, uma vez que eles possibilitam a detecção de possíveis falhas na produção antes da embarcação começar a ser construída.
Em sua apresentação, Jun Alexandre Matsumoto, engenheiro naval e representante da Dassault Systèmes, mostrou que, com o auxílio da ferramenta 3D, é possível criar, entre muitas outras coisas, vídeos voltados para o treinamento de funcionários que vão realizar a manutenção de um determinado navio. Tudo isso antes mesmo de tal navio existir no mundo real.
– O sistema ajuda a detectar e antecipar problemas no processo de produção e, inclusive, pode mostrar sugestões de processos melhores. Ao utilizar a simulação 3D, a meta é reduzir tempo, custos e otimizar todo o processo de produção – acrescentou o engenheiro.
Jean-David Caprace, da Universidade de Liège (Bélgica), também marcou presença no seminário. Ele proferiu palestra em inglês a respeito de sua experiência com a aplicação de simulações na Construção Naval.