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Anarquia em debate na Praia Vermelha

Membros da Federação dos Anarquistas do Rio de Janeiro (FARJ) debateram na última segunda-feira, dia 8, o tema “Anarquia e Luta de Classes” na escola de Serviço Social da UFRJ, campus da Praia Vermelha. O evento incluiu palestra sobre a história do anarquismo no Brasil e suas práticas realizadas em todo o mundo.

Participaram do debate o historiador Alexandre Samis, o jornalista Milton Lopes e o aluno do curso de História da UFRJ, Rafael Viana. Os três esclareceram o tema de modo a propor não somente o anarquismo no Brasil, mas também a criação de movimentos sociais de libertação e diminuição da desigualdade social.

O anarquismo, bastante defendido no seminário como uma ideologia que não deve ficar somente na teoria, baseia-se nos pensamentos de Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865). O pensador foi o primeiro autor que questionou o eixo da cultura burguesa, com o livro “O que é a Propriedade?”, de 1840. Karl Marx reconheceu esta obra como sendo a primeira abordagem sobre o tema da propriedade privada. Outro importante pensador do anarquismo é Mikhail Bakunin (1814-1876), afirmando que “as posições políticas dividem os trabalhadores, enquanto as necessidades os aglutinam”.

A ideologia anarquista é fundamentada nos preceitos desses pensadores e nos ideais de luta a fim de provocar transformações na estrutura sociopolítica. Para ilustrar essas questões, foi exibido antes do debate o documentário “Brad – Uma noite mais nas Barricadas” (1997), de Miguel Bastos. O filme aborda a revolução popular de Oaxaca, uma cidade do México que conseguiu implantar um auto-governo após intensas manifestações.

Uma curiosidade cerca as gravações do documentário: enquanto filmava, Brad foi atingido por um tiro de fuzil de um paramilitar. Apesar do incidente, a câmera continuou ligada, sendo operada por outras pessoas com o fito de denunciar a opressão de militares. A história de Brad passou a ser o tema central, com a inserção de depoimentos de seus amigos como pano de fundo.