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Uma viagem ao Egito Antigo no Fórum de Ciência e Cultura

 O programa Oriente e Ocidente, do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, realizou, no dia 23 de setembro, a inauguração da exposição em homenagem ao Egito Antigo, com uma apresentação de dança do ventre e da palestra de Marisa Castello Branco, egiptóloga responsável pela exposição e autora do livro Do Egito Milenar à Eternidade. Marisa apresentou um histórico sobre Tuntankhamon e uma seqüência de slides, explicando o sentido de artefatos e hieróglifos egípcios. Já a mostra conta com parte do acervo pessoal de Marisa sobre o Egito Antigo, como réplicas do trono, jóias, estátuas e outras relíquias encontradas no túmulo de Tutankhamon, além de pôsteres explicativos.

Marisa, que fará sua trigésima viagem à terra dos faraós no mês de outubro, conta que pouco se sabe sobre a origem de Tuntankhamon, que assumiu o trono aos nove anos de idade e governou o Egito por 10 anos.  “Nenhum documento até hoje menciona o grau de parentesco dele, de quem ele é filho. As histórias contadas sobre sua origem são suposições”, disse. Segundo a professora, sabe-se que Tuntankhamon se casou com Ankhsenamon, terceira filha do Faraó Ankhenaton, que tinha a mesma idade que o Faraó menino.

Entre os feitos de seu reinado, o jovem rei transferiu novamente para Tebas a capital, abandonando a cidade de Amarna, local instituído por Ankhenaton, que impôs no Egito o monoteísmo ao deus Aton (que representa o sol), durante o seu governo. “Na cultura antiga egípcia, todas as representações carregavam um significado. A arte não é contemplativa, é mágico-religiosa”, explica Marisa. Um exemplo é o próprio nome do Faraó: Tutankhamon significa “imagem viva de Amon”.

O Trabalho Arqueológico

O tesouro de Tutankhamon, um dos maiores achados arqueológicos da História, foi encontrado por Howard Carter, cujas pesquisas foram financiadas por Lord Carnarvon. Segundo a palestrante, a tumba de Tutankhamon foi encontrada em frente à de Ramsés V. “A presença de selos da guarda egípcia dos tempos faraônicos à entrada da sepultura evidencia que ela fora arrombada. Ainda assim, foi encontrada na tumba de Tutankhamon mais de 2300 peças, principalmente na segunda ante-câmara”, revela a especialista.

Dança do Ventre tem origem no Egito

A cerimônia de abertura da exposição contou também com duas apresentações de Tahira Marrach, bailarina, coreógrafa e professora de dança do ventre. Ela começou com a mostra de uma dança ritualística, utilizando duas taças, que representam o elemento fogo. Ao final da palestra, ela voltou a se apresentar, desta vez com uma dança festiva, com influências da cultura árabe. Tahira, que tem ascendência egípcia, lamenta que atualmente a dança do ventre tenha perdido seu sentido original, ritualístico, e preservado apenas os aspectos técnicos. “Hoje a dança do ventre, que teve início nas danças rituais do antigo Egito, está banalizada. As pessoas não resgatam a sua essência”, disse a bailarina, que pratica a dança do ventre desde os cinco anos de idade.

Contribuição da Cultura Egípicia

Marisa Castello Branco, que há 40 anos desenvolve estudos sobre a Terra dos Faraós, acredita que a cultura egípcia tem muito a contribuir para a sociedade atual. “Estamos desenvolvendo projetos para trazer o conhecimento do Antigo Egito, através das máximas, dos ensinamentos dos sábios, efetuando uma mudança nos valores, em especial de crianças e adolescentes”, revela. A professora explica que o antigo egípcio pautava sua vida em 42 códigos de ética e de moral, que, segundo ela, são muito atuais. “A sabedoria do Antigo Egito é imensurável. A cada vez que vou ao Egito há uma troca, um novo aprendizado”, elogia.

A exposição Oriente e Ocidente – Egito, permanece aberta ao público até o dia 26 de setembro, sexta-feira, de 10h às 21h, no Salão Vermelho do Fórum de Ciência e Cultura – Avenida Pasteur, nº 250, campus UFRJ da Praia Vermelha.