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NIPIAC comemora 10 anos com jornada

 O Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Intercâmbio para a Infância e Adolescência Contemporânea (NIPIAC), da Universidade Federal do Rio de Janeiro, realizou na manhã desta terça feira, 16 de setembro, a abertura da jornada comemorativa dos dez anos de sua existência. O evento, que foi promovido no Salão Moniz de Aragão, do Fórum de Ciência e Cultura, também contou com uma mesa-redonda sobre o tema “Juventudes”.

Para a cerimônia de abertura, o NIPIAC, representado por Lucia Rabello de Castro (coordenadora geral do Núcleo), convidou Marco Jardim Freire, diretor do Instituto de Psicologia (IP) da UFRJ, Ângela Uller, pró-reitora de Pós-graduação e Pesquisa e Marcelo Macedo de Côrrea e Castro, decano do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH). Nesse primeiro momento, ressaltou-se a importância do Núcleo, criado com o objetivo de articular esforços para lançar uma base institucional que fortalecesse o campo voltado para a criança e o adolescente.

Seguindo a programação do evento, a mesa-redonda foi composta por profissionais como Joel Birman, psicanalista da UFRJ, e Lucia Murat, cineasta brasileira. O primeiro se concentrou em refletir sobre a experiência da violência e suas subjetividades na mente da juventude, procurando articular esse tema com as transformações ocorridas na ordem familiar dentro do cenário contemporâneo. Ele também comentou o “culto ao corpo”, tão presente nos dias de hoje, e a tentativa do jovem em procurar se afirmar no espaço social, já que cada vez mais pessoas pertencentes a esse grupo são ignoradas. Já Lucia contou um pouco sobre o seu filme “Quase dois irmãos”, como surgiu a idéia de produzi-lo, e a forte interação que teve com os jovens de periferia que participaram desse trabalho. Ela também fez questão de salientar o racismo e o preconceito social presentes em certos lugares aonde a obra foi exibida.

Uma convidada especial para a jornada foi Nega Gizza, rapper carioca, que compartilhou a sua história de vida com os presentes no evento, pontuando passagens importantes, como o seu primeiro trabalho numa rádio, a morte de seu irmão, e o início da parceria com MV Bill, que teria como fruto o projeto social Central Única das Favelas (CUFA). O quarto convidado foi o professor Marco Aurélio Prado, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Criticando a manutenção da hierarquia social e política, que inibe o jovem como sujeito ativo da arena pública, questionou: “Porque a ciência defende a manutenção da desigualdade geracional?”.