O último dia 13 foi motivo de comemoração para os amantes do samba no pé. O Auditório Roxinho, situado no Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN/UFRJ) serviu de palco para o talento de Diogo Nogueira. O cantor e compositor mostrou seu DNA musical e comprovou o motivo de ser considerado  a revelação da nova safra de sambistas.

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Memória

Tarde de samba com Diogo Nogueira

O último dia 13 foi motivo de comemoração para os amantes do samba no pé. O Auditório Roxinho, situado no Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN/UFRJ) serviu de palco para o talento de Diogo Nogueira. O cantor e compositor mostrou seu DNA musical e comprovou o motivo de ser considerado  a revelação da nova safra de sambistas.

 O último dia 13 foi motivo de comemoração para os amantes do samba no pé. O Auditório Roxinho, situado no Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN/UFRJ) serviu de palco para o talento de Diogo Nogueira. O cantor e compositor mostrou seu DNA musical e comprovou o motivo de ser considerado  a revelação da nova safra de sambistas.

Os estudantes lotaram o Roxinho. Foi difícil encontrar alguém que permanecesse parado diante do samba de raiz apresentado. A platéia permaneceu receptiva e empolgada com a versão e o toque pessoal de Diogo de clássicos do samba como Súplica e Minha Missão.

O músico iniciou o show com  interpretação de Poder de Criação digna de arrancar suspiros. Uma frase do cantor é capaz de refletir, no ponto certo, o clima da apresentação: “E vamos fazer samba que é o quê interessa, porque eu já falei demais”. Não houve quem resistisse, dessa forma o espetáculo transcorreu, com destaque para Do jeito que eu sou, Samba pros Poetas e Água de Chuva no Mar e Cai no Samba.

Que a praia do músico é o samba, todos puderam ver e comprovar. No entanto, numa brincadeira ao final da apresentação, a banda “Olho do Tigre”, que acompanhava o cantor, jogou uma batida funk à empolgante Vou Festejar, um exemplo da integração da modernidade com o samba, só que sem esquecer a tradição do último.

Diogo homenageou seu pai, João Nogueira, ao interpretar uma comovente Espelho. Fotos com a aparição de ambos, extraídas de seu acervo familiar, foram mostradas numa seqüência de slides, compondo o momento ápice de emoção do espetáculo. Acostumado a  acompanhar seu pai, desde pequeno, no ambiente de samba e de choro, ele explicou que a profissionalização com a música surgiu de forma natural. “Nunca quis ser cantor, nunca quis ser sambista. A coisa foi acontecendo naturalmente, a ponto de se encaminhar de tal maneira que parei aqui”, explicou.

Segundo Diogo, as pessoas sempre diziam o quanto sua voz era parecida com a do pai, quando o viam, por curtição, cantarolar nas rodas de samba. Por ironia do destino, tal música, Espelho, que João Nogueira escrevera para o pai,  caracterizou a carreira do filho, profetizada nos versos: “Num dia de tristeza me faltou o velho/E falta lhe confesso que ainda hoje faz/E me abracei na bola e pensei ser um dia/Um craque da pelota ao me tornar rapaz/Um dia chutei mal e machuquei o dedo/E sem ter mais o velho pra tirar o medo/Foi mais uma vontade que ficou pra trás”.

Antes da carreira artística, Diogo jogou futebol pelo Cruzeiro até o dia que teve uma lesão no joelho e voltou para o Rio de Janeiro, onde sua inserção oficial no meio musical demorou, mas vingou de vez.

Diogo lançou seu primeiro DVD com clássicos do samba e músicas inéditas, em 2007, com participação especial de Marcelo D2, Xande de Pilares, do grupo Revelação, e do violonista Marcel Powell.

Platéia

Atualmente,  ele é membro da ala de compositores da Portela, sua escola de coração. Ajudou a conquistar para a mesma, neste ano e no anterior, a pontuação máxima no quesito samba de enredo. Neste ano, a escola desfilou com o enredo “Reconstruindo a natureza, recriando a vida: o sonho vira real”, que obteve quatro notas dez dos jurados, assim como em 2007. E, como não podia deixar de ser, a platéia parecia ser formada por passistas quando Diogo interpretou tal enredo.

O Roxinho ficou pequeno para abrigar o número de pessoas presentes. Além da grande massa formada pelos universitários, pode-se perceber a presença de seus familiares. Foi o caso da estudante de Engenharia Química Déborah Coelho, que foi ao evento acompanhada por sua mãe.  A primeira destacou o papel de shows como esse, que além de levarem os alunos para um ambiente fora das salas de aula, é uma boa oportunidade de integração entre os estudantes. “O show foi ótimo, que venham mais como esse!”, disse. Já sua mãe, chamou atenção para a iniciativa da UFRJ de trazer artistas populares para a faculdade. “Que continue havendo esse trânsito entre o samba e a universidade. Foi uma mensagem maravilhosa. Adorei!”, exaltou.