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Rio de felicidade na Letras

 A banca de livros escritos com códigos quase indecifráveis e a quantidade de japoneses circulando na Faculdade de Letras (FL/UFRJ) nesta quinta-feira (28/8), denunciavam o que estava por vir no auditório G2. Acontecem em conjunto até amanhã o “XIX Congresso Nacional de Professores Universitários de Língua, Literatura e Cultura Japonesa” e o “VI Congresso Internacional de Estudos Japoneses no Brasil”. O evento, organizado pelo Setor de Letras Japonesas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Universidade, também homenageia o centésimo aniversário da imigração japonesa ao Brasil.

Os livros, aliás, foram doados pela Escola Japonesa do Rio de Janeiro, localizada em Santa Teresa. Os temas eram os mais variados possíveis, desde Física até histórias infantis, passando por Enciclopédias.

Dentro do auditório, orientais se misturavam com curiosos e alunos da Faculdade. Um brasileiro quase se sentiria estrangeiro, uma vez que o som predominante era o da língua japonesa. Estavam presentes muitos professores, a maioria de universidades nipônicas, os quais participam das mesas-redondas e das conferências que seguirão a programação do encontro e do congresso. Entre eles, Hindeho Kindachi, da Universidade de Kyorin (Japão); Kotaro Horisaka, da Universidade de Sophia (Japão); Michiko Sasaki e Hiromi Hakuto, da Universidade de Obirin (Japão); Yoshiaki Oida, da Universidade de Tokyo Gakugei (Japão) e Reiko Tachibana, da Universidade do Estado da Pensilvânia (Estados Unidos).

A cerimônia de abertura começou com uma breve palavra das apresentadoras. Em seguida, Luis Edmundo Bouças Coutinho, em substituição ao diretor da Faculdade de Letras, pronunciou um discurso de agradecimento as autoridades presentes e aos organizadores do congresso. Para ele, a iniciativa das professoras que organizaram o encontro é extremamente significativa.

Inicialmente, a mesa era composta apenas pelo professor Luis Coutinho, pelo cônsul geral do consulado do Japão no Rio de Janeiro, Masahiro Fukukawa e pelo diretor do Centro de Cultura Japonesa de São Paulo – pertencente à Fundação Japão -, Daigo Tamura; contudo, quando foi passada a palavra ao senhor Fukukawa, a tradutora também foi convidada a se juntar a eles. Tudo estabelecido, o cônsul iniciou seu pronunciamento com uma brincadeira envolvendo o significado de seu nome. Explicitando que não pretendia dar uma aula, ele procurou um giz e escreveu o nome no quadro-negro do auditório com os caracteres típicos de sua língua. Pausadamente, pronunciou cada um deles – os estudantes acompanharam e completaram os significados de forma diligente. Por fim, concluiu: “Masahiro Fukukawa significa rio de felicidade. Bem, eu trago ao Rio a felicidade. A felicidade de vocês está garantida comigo”. O auditório veio abaixo com as gargalhadas.

Fukukawa discursou sobre a importância das comemorações do centenário, tanto para o Brasil quanto para o Japão. Ele informou que os governos dos dois países firmaram acordos para fazer de 2008 um ano de intercâmbio entre essas nações. O cônsul acrescentou, contudo, que ele deseja que haja muitos séculos mais de integração entre japoneses e brasileiros. Também foram lembrados os eventos já ocorridos em comemoração à data, como a exposição sobre a cultura japonesa no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), localizado na Candelária, e a visita do príncipe herdeiro do Japão, Naruhito Denka. Aproveitando o espaço, Fukukawa também promoveu os acontecimentos que ainda virão, listados no site do consulado (www.rio.br.emb-japan.go.jp). Daigo Tamura foi o último a falar. Depois que as pronunciações terminaram, foram apresentados os professores visitantes e anunciada a conferência que seguiria a abertura, cujo tema seria “Língua e cultura japonesa” e seria proferida pelo professor Hindeho Kindachi.

Para mais informações sobre a programação, acesse www.letras.ufrj.br. A Faculdade de Letras fica a Avenida Horacio Macedo, número 2151.