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Faculdade de Educação promove seminário sobre a escrita

 Na manhã desta quinta-feira (28/08), o Salão Pedro Calmon, que fica no Campus da Praia Vermelha, foi sede da segunda edição do seminário “Leitura, Escrita e Educação: Cultura escrita na Educação Básica”. O evento, que também acontece amanhã, foi promovido pela Faculdade de Educação (FED) e por um de seus grupos de pesquisa da Pós-graduação, o Laboratório de Estudos de Linguagem, Leitura, Escrita e Educação (LEDUC).

Na abertura do seminário, Ludmila Thomé de Andrade, coordenadora do LEDUC, informou que o objetivo da edição deste ano é ressaltar a importância da escrita para o futuro do indivíduo. Para isso, nada melhor do que uma mesa redonda com o tema “Cultura escrita na contemporaneidade: oralidade e novos suportes”. Os convidados dessa manhã foram os professores Júlio Araújo, da Universidade Federal do Ceará (UFCE), Pedro Benjamin Garcia, da Universidade Católica de Petrópolis (UCP), e a professora Célia Abicalil Belmiro, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A coordenação da mesa ficou a cargo de Patrícia Corsino, professora da UFRJ.

Célia Abicalil procurou evidenciar em sua palestra a relação entre a cultura e as imagens no contexto educacional. Para ela, “é necessário compreender a potência das imagens para o aprendizado da escrita”. Sua argumentação esteve baseada em livros infantis e na cultura dos ameríndios.

Já a relação entre literatura, leitura e oralidade foi apresentada pelo professor Pedro Garcia, que já foi professor da UFRJ. Segundo seu trabalho, existe uma grande fronteira entre o universo da oralidade e da escrita, marcada por muitas diferenças, como por exemplo, o fato de que, numa sociedade marcada pela oralidade, a memória é essencial para o processo civilizatório. Nos últimos anos, sua pesquisa tem sido impulsionava pela seguinte questão: “É possível incentivar a formação de leitores de camadas populares, em processo de alfabetização, através da literatura?”. O incentivo ocorreu através de rodas de leituras, que são muito importantes para a experiência de formação do indivíduo, porque elas envolvem o hábito de escutar o outro, de dialogar com ele e de “negociar” (entrar em consenso) com ele.

Outro assunto essencial para os dias de hoje, que é a evolução do “Internetês”, foi comentada por Júlio Araújo, que também é coordenador do “HiperGed”, grupo de extensão da área da Lingüística do departamento de Letras Vernáculas da UFCE). A tese central do professor defende que dominar a escrita na Internet é um saber no qual o sentido de sua apropriação passa pelo desejo dos internautas de se perceberem plenamente inseridos no ambiente digital. Além disso, em sua opinião, a preocupação dos puristas da língua, que afirmam que o “Internetês” está invadindo outros campos da escrita, é equivocada: “Os resultados das pesquisas feitas até agora não nos permitem afirmar se há ou não prejuízos com esse fenômeno. O que devemos fazer é perguntar o que está acontecendo nas relações humanas com a Internet”.

Amanhã, mais palestras ligados ao seminário ocorrerão no Salão Pedro Calmon.