Na última quarta-feira, a reitoria da UFRJ, representantes do Governo do Estado e da empresa Supervia se reuniram para a apresentação de propostas a fim de integrar e melhorar os acessos e o meio ambiente da Ilha do Fundão e do Governador.

">Na última quarta-feira, a reitoria da UFRJ, representantes do Governo do Estado e da empresa Supervia se reuniram para a apresentação de propostas a fim de integrar e melhorar os acessos e o meio ambiente da Ilha do Fundão e do Governador.

">
Categorias
Memória

Duas ilhas, um encontro

Na última quarta-feira, a reitoria da UFRJ, representantes do Governo do Estado e da empresa Supervia se reuniram para a apresentação de propostas a fim de integrar e melhorar os acessos e o meio ambiente da Ilha do Fundão e do Governador.

 Tão perto e tão longe. Apesar de vizinhas, a Ilha do Fundão e a Ilha do Governador distanciaram-se por intervenções e políticas urbanas, ao longo dos anos, no Rio de Janeiro. Nesta última quarta à noite (27/8), no salão da Associação Cristã de Moços (ACM), na Ribeira (IG), encontraram-se a reitoria da UFRJ, representantes do Governo do Estado e da empresa Supervia para a apresentação de propostas a fim de integrar e melhorar os acessos e o meio ambiente das duas ilhas.

“Queremos criar uma espécie de lobby positivo para conseguirmos as soluções de problemas que nos afligem”, ressaltou o reitor Aloísio Teixeira, pontuando que, além das questões ambiental e dos transportes, outros temas poderão ser objeto de discussões dentro de um provável fórum permanente entre a UFRJ, a comunidade da IG e os poderes públicos. “O momento é adequado, pois a expansão da universidade está em debate, assim como as diretrizes do seu Plano Diretor. Precisaremos equacionar crescimento e investimentos”.

O prefeito da UFRJ, Hélio de Mattos, explica que atualmente as ilhas são ligadas por apenas duas pontes. Morador da Ilha do Governador, o prefeito Hélio, servidor da universidade desde 1977, lembra que é a primeira vez que, formalmente, um reitor visita o bairro. “Certamente outros encontros vão surgir nesta sinergia pela região e a parceria tende a crescer”, destaca Hélio, avaliando que, em 2010, serão cerca de 100 mil pessoas transitando pelo Fundão. “Atualmente, 70% dos alunos utilizam transporte público. Queremos acabar com uma grande dor de cabeça do trânsito, instalando um terminal de integração em frente ao Hospital Universitário (HU). A obra é uma realidade e já está em licitação (R$200 mil) a sua fase inicial”.

Durante o evento, o professor Pablo Benetti, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU/UFRJ), expôs o Plano de Desenvolvimento da Cidade Universitária, defendendo uma ocupação do campus em aliança com o Município do Rio.  “Imaginamos usos urbanos compartilhados, através do Parque da Orla com ciclovias e atrações culturais, além da substituição do conceito rodoviarista. Pelo mar, por exemplo, da Praça XV ao Fundão há um raio de apenas 10 km, demonstrando o potencial hidroviário ”. 

O coordenador de Via Permanente da Supervia, João Bosco, reafirmou a intenção da empresa de conectar a atual plataforma de Bonsucesso até o Aeroporto Internacional Tom Jobim. Ao longo deste percurso, haveria uma estação dentro do Fundão, próximo ao HU. “Seriam trens de superfície, circulando por elevados de 12 metros. As maiores dificuldades: as desapropriações e a legalização ambiental, mas não são entraves que inviabilizem o projeto, que poderá estar concluído em dois ou três anos”, esclarece Bosco. O subsecretário de Estado do Ambiente, Antônio da Hora, avalia que uma obra desse porte inevitavelmente traz impactos. “É preciso minimizar e ponderar os benefícios e os valores que irão se agregar a qualidade de vida das pessoas”, analisa o representante do governo estadual, que exibiu ao público do encontro como se dará a revitalização do canais dos Cunha e do Fundão. “A primeira intervenção começará agora, em outubro, e levará dois anos com o aporte de aproximadamente R$ 180 milhões da Petrobras”.

Para recuperar os canais, será usada uma draga ecológica que revolva o mínimo possível o fundo, recheado de materiais danosos à saúde humana. “Vai haver medição constante das substâncias tóxicas e uma pulverização para transformá-las em gases inertes. Não posso assegurar que essa área será balneável, pois a qualidade desta água depende de outras ações do PDBG (Programa de Despoluição da Baía de Guanabara), mas esse passivo ambiental de hoje não existirá mais”, enfatiza Antonio da Hora.

O superintendente de Gestão da Secretaria de Estado de Transporte, Waldir Peres, também apresentou novidades com a implantação do “ligeirinho”, sistema de ônibus semelhantes aos utilizados em Curitiba (PR), onde os veículos circulam por vias seletivas.