Os gaúchos Kleiton & Kledir vieram à UFRJ e promoveram um show que teve como ponto alto a interação com a platéia. O evento foi prestigiado não só por estudantes, mas por seus familiares e funcionários da UFRJ.

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Um show de interação

Os gaúchos Kleiton & Kledir vieram à UFRJ e promoveram um show que teve como ponto alto a interação com a platéia. O evento foi prestigiado não só por estudantes, mas por seus familiares e funcionários da UFRJ.

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No mês em que o Centro Cultural Professor Horácio Macedo comemora dois anos de promoção da cultura no meio acadêmico, quem não poderia ficar de fora dessa festa são os estudantes. Neste dia 21, o auditório do Roxinho, situado no prédio de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN/UFRJ), serviu de palco para o show dos irmãos Kleiton & Kledir. A dupla explicou o porquê de ser tida como importante representante da música regionalista.

Os irmãos receberam do Governo do Estado do Rio Grande do Sul o título de Embaixadores Culturais do Estado por trazerem para a cultura popular brasileira a música gaúcha. Atualmente, se apresentam pelo Brasil com o disco Kleiton & Kledir – Ao Vivo, uma releitura de sua carreira de sucesso. Produzido pelo inglês Paul Ralphes, o disco recebeu, em 2006, o prêmio TIM de melhor do ano, na categoria Canção Popular.

Os músicos mostraram que estão em plena forma, mesmo após separação de sete anos – durante esse período, cada um optou por seguir carreira solo. Segundo eles, a saudade bateu e logo arranjaram um jeito de tocarem juntos outra vez. O clima de cumplicidade e fraternidade entre os dois foi perceptível em todo o espetáculo. Sem deixar de lado o amor pela música, a dupla emocionou ao cantar seus maiores sucessos. Entre eles, Paixão, Vira Virou, Maria Fumaça e Deu Pra Ti, foram as mais aplaudidas. Destaque para a interpretação de Corpo e Alma, canção de autoria de Kledir. Ao tocá-la, os cantores sensibilizaram a platéia ao transparecerem com simplicidade o forte laço que os une: o amor. Os dois formam um complemento, necessitam um do outro, relação explicitada nos versos: “Eu quero estar, viu/ A teu lado/ E haja o que houver/ Junto a ti, feito corpo e alma/ Meu irmão, meu par” (trecho de Corpo e Alma).

Até as piadas estavam em sintonia. Ao longo do show um dava gancho para a piada do outro, como aconteceu quando Kleiton satirizou a condição de uma dupla formada por irmãos.  “Aliás tem gente que não sabe que somos irmãos. Tem aqueles que dizem que somos um caso”, disse. Kledir completou: “Também somos… Nascemos em Pelotas e isso já suscita certo pensamento. Não entendo porque as pessoas falam de Pelotas. Na verdade é uma terra de gente refinada, educada. Os homens são mais delicados e isso tem história. Vocês sabiam que Pelotas tem uma conexão direta com a França?”, em ironia às piadas cariocas sobre a sexualidade dos gaúchos.

Uma das características de Kleiton e Kledir é a interação com a platéia. Em Tô que Tô, Kleiton que tocava violino, desceu do palco com o instrumento e continuou a tocá-lo na platéia. O público, é claro, não perdeu a oportunidade de tirar fotos com seu ídolo de perto. Se um dos presentes contasse isso em casa, ouviria um: “Bem Capaaaz mesmo disso acontecer!”, à moda dos gaúchos.

Platéia

O público que compareceu ao show estava bem diversificado. Quem marcou presença na apresentação foi a decana do CCMN, professora Ângela Rocha dos Santos, que defendeu o caráter cultural da UFRJ. Segundo ela, a realização de eventos como esse transcende o tradicional papel das instituições em abranger unicamente as áreas de pesquisa e ensino. “A universidade deve prover a oportunidade de programação cultural, de forma a proporcionar a nossos alunos  oportunidade dessa vivência”, disse.

Através da instigante e influente renovação que realizou na música gaúcha, a dupla deixou suas pegadas na MPB. Prova disso é a amplitude do público que atinge. Uma característica do show foi não só a presença dos estudantes, mas a de seus familiares e de funcionários da UFRJ.

A estudante Sarita de Assis, por exemplo, avisou a todos em sua casa que haveria apresentação dos irmãos em sua faculdade. Ela afirmou ter tido contato com o trabalho dos músicos por influência da mãe, fã de MPB. Ressaltou a credibilidade do evento ao atentar sobre a “importância em divulgar a cultura nacional para os jovens, valorizar o que é nosso e não só absorver o que vem de fora”. A tia da jovem, Iolanda de Assis, caracterizou a apresentação como maravilhosa. “Achei de uma gama cultural imensa. É sempre bom rever o que é bom”, exclamou.