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O que preciso para ser uma empresa global

 Frederico Fleury Curado, presidente da Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A. (Embraer), apresentou os principais desafios globais da empresa e sua atuação no mercado de exportações em palestra realizada dia 20, no Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE/UFRJ).

Segundo o presidente da Embraer, a aeronáutica enfrenta algumas dificuldades como legislações específicas, desgaste intenso com o mercado financeiro, impactos ambientais (cerca de 2,5% das emissões poluentes vem de aviões), entre outros.

As principais empresas que atuam hoje no ramo da aviação são Embraer, Boeing (EUA), Airbus (França) e Bombardier (Canadá). “Essas foram as organizações que sobreviveram nos últimos anos, mas atualmente temos percebido o surgimento de novas. Não há espaço para tantas e por isso deve haver uma nova luta por sobrevivência”, informou Frederico Fleury.

Entre as áreas de negócios nas quais a Embraer atua estão o mercado de aviação comercial, executiva, defesa/governo e serviços aeronáuticos, o que vem lhe proporcionando um crescimento da receita líquida desde 1997, após uma reestruturação pela qual a empresa passou pouco depois da privatização, ocorrida em 1994. Dessa receita, 96% são destinadas à exportação sobretudo às Américas, Europa e China. Dentro do quadro de exportações brasileiras, a Embraer é responsável por 2,76% do total.

Ao falar sobre o fato de representar uma empresa global, Frederico Fleury informou a importância dos clientes e o que é preciso para alcançar esse patamar. ”A indústria aeronáutica é intrinsecamente global. Nossa preocupação não está em apenas vender, mas manter um avião operando seja em Taiwan ou na África do Sul e isso não é uma tarefa simples. Operar de forma global não significa exportar, mas manter operações de alguma natureza em nações estrangeiras. Mantemos atividades comerciais e de pós-venda nos EUA, França, China, Cingapura e Portugal.”

Em 2001, pensando na necessidade crescente de grandes investimentos, a empresa criou um programa especial voltado a engenheiros recém formados com duração de 18 meses e que funciona como mestrado. A diferença está na opção que é dada ao candidato de fazer ou não a dissertação. O programa possui apoio de Universidades como Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e de Cansas, nos Estados Unidos.

Ao final do evento, Frederico Fleury apresentou alguns passos para que uma empresa consiga se tornar global. “Ela precisa passar por alguns estágios, sendo eles: adquirir competitividade no mercado interno para depois se dirigir às exportações, operações externas (presença global), fortalecimento da marca, conhecimento íntimo do cliente, estratégia integrada em conjunto com ação local, flexibilidade, parcerias, organização constante e acima de tudo, pessoas. Uma pessoa pode fazer a diferença”, concluiu.