Foi dada a partida no intercâmbio de conhecimentos e culturas: a Escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EQ/UFRJ) recebe o XIV Congresso Latino-Americano de Estudantes de Engenharia Química (COLAEIQ), que retorna ao seu país de origem 12 anos após a primeira edição, em Porto Alegre.

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UFRJ recebe congresso latino-americano de Engenharia Química

Foi dada a partida no intercâmbio de conhecimentos e culturas: a Escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EQ/UFRJ) recebe o XIV Congresso Latino-Americano de Estudantes de Engenharia Química (COLAEIQ), que retorna ao seu país de origem 12 anos após a primeira edição, em Porto Alegre.

 Foi dada a partida no intercâmbio de conhecimentos e culturas: a Escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EQ/UFRJ) recebe o XIV Congresso Latino-Americano de Estudantes de Engenharia Química (COLAEIQ), que retorna ao seu país de origem 12 anos após a primeira edição, em Porto Alegre. O encontro internacional não era realizado no Brasil desde a sua segunda edição, ocorrida na cidade de Salvador em janeiro de 1997.
 
A cerimônia de abertura do evento, que traz como tema “A indústria praticando a sustentabilidade e a responsabilidade social”, aconteceu nesta segunda-feira (21/07), no auditório do Centro de Tecnologia (CT/UFRJ). Estiveram presentes representantes latinos da Engenharia e da Indústria Química, além de uma grande audiência estudantil formada, em sua maioria, por alunos vindos de fora do país.

Na ocasião, a mesa solene foi composta por Nelson Pereira Reis, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM); Marcus Vinicius Ramos, Coordenador Geral do XIV COLAEIQ; Fernando Luiz Pellegrini Pessoa, vice-diretor da EQ/UFRJ; Isaac Plachta, presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Químicos para Fins Industriais do Estado do Rio de Janeiro (SIQUIRJ); Marcelo Martins Seckler, presidente da Associação Brasileira de Engenharia Química (ABEQ); e Genaro Piepoli, presidente Associação Latino-americana de Estudantes de Engenharia Química (ALEIQ).

Todos fizeram pequenas apresentações e deram boas-vindas aos presentes, iniciando as discussões sobre o papel da Engenharia Química no mundo atual e os desafios do desenvolvimento sustentável.

– Quando resolvemos realizar esse congresso, sabíamos que iríamos trabalhar muito, mas pensamos que não seria tanto! Hoje, ver este auditório lotado e vocês ontem, durante a chegada, e na festa, mostra que todos esses dias que passamos sem dormir, falando apensa sobre congresso, valeram a pena – declarou Marcos Vinícius, que desejou a todos um ótimo congresso e muita diversão no Rio de Janeiro.

As várias delegações de países como Argentina, México, Colômbia, Venezuela, Chile, entre outros, estão acomodados no alojamento da UFRJ e em hotéis da cidade desde o último domingo (20/07), quando foi promovida a primeira festa de confraternização entre os participantes do congresso, os quais somam cerca de 700 pessoas.

Pioneira no desafio da sustentabilidade

Durante sua fala, Nelson traçou um breve histórico sobre a questão da sustentabilidade, presente na sociedade com bastante força, cujo conceito consiste em utilizar, de maneira eficiente, os recursos naturais à disposição do homem sem comprometer as gerações futuras.

Ele lembrou que foi na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – a Cúpula da Terra de 1992, mais conhecida como Eco-92, no Rio de Janeiro – que se discutiu pela primeira vez, em âmbito global, as preocupações  ambientais: “A partir dessa conferência, foram criadas agendas para se discutir questões voltadas para a segurança química e maneiras de se produzir com segurança, e também de se obter produtos que possam ser usados sem afetar a saúde e o meio ambiente”.

No entanto, antes mesmo da Eco-92, a Indústria Química já discutia, em todo o planeta, a questão da sustentabilidade, conforme informou o vice-presidente da ABIQUIM. Isso se deve ao fato de que, em 1988, teve início o programa chamado “Atuação Responsável”, uma iniciativa mundial de tal Indústria que tem por objetivo desenvolver ferramentas de gestão para melhorias na questão ambiental, na segurança e na saúde do trabalhador. Os resultados mostram a melhoria de indicadores relacionados a emissões, lançamento de efluentes, eficiência do uso de energia, de matérias primeiras, entre outros.

Hoje, um exemplo expressivo de preocupação com os impactos da Indústria Química é o novo regulamento da União Européia, que entra em vigor de forma efetiva no início de dezembro de 2008, o qual estabelece o registro e avaliação de substâncias químicas presentes em diversos produtos. “Todos os produtos, a partir do ano que vem, produzidos ou importados pela União Européia, deverão ter o registro especificando seus riscos e as suas características com relação, principalmente, à questão da saúde e da segurança na sua utilização”, informou Nelson.

Ele também fez uma crítica àqueles não enxergam os benefícios provenientes da Química, os quais julgam sua Indústria como a que mais polui, mata e destrói o meio ambiente, sem que conheçam o que ela tem feito no sentido de alcançar a sustentabilidade.

– Temos feito grandes avanços, com apoio da Ciência e da Tecnologia, onde os engenheiros são a parte central de todo esse processo. Nós da Indústria estamos precisando cada vez mais de capacitação, de recursos para podermos enfrentar esse desafio da sustentabilidade. Hoje, a Industria, não só aqui no Brasil, mas em todos os países aqui presentes, tem enfrentado dificuldades como a capacitação profissional. Está faltando engenheiro químico para atuar nas nossas indústrias -, concluiu o vice-presidente da ABIQUIM.

Formação e demandas

O presidente da ABEQ apresentou uma das mais recentes discussões da associação em seus cursos e congressos, que diz respeito à formação do engenheiro químico e as expectativas do mercado de trabalho.

Segundo ele, vivemos um momento no mundo que traz mudanças importantes, as quais afetam o papel do engenheiro químico na sociedade. Atualmente, o que se espera do profissional é que ele tenha uma sólida formação científica, com a qual saiba correlacionar e buscar novos conhecimentos; que seja empreendedor, colocando suas idéias em prática; e que seja ético, ator da cidadania e da sustentabilidade.
 
– Nós, como engenheiros químicos, temos que nos imbuir de uma responsabilidade muito grande para atingir a melhoria do homem sem prejudicar as gerações futuras. Precisamos continuar a ser ótimos técnicos, a conhecer muito bem a natureza e as maneiras de controlar seus fenômenos, mas não é só isso. Nós também temos que saber usar os conhecimentos, agir e interagir socialmente, transformar esse conhecimento em fato, em realidade – afirmou Marcelo.

Diante do auditório lotado, o presidente da SIQUIRJ, por sua vez, relembrou os velhos tempos de estudante nas décadas de 50 e 60, quando, de acordo com ele, a EQ/UFRJ – atualmente com 1200 estudantes de Graduação – tinha bem menos alunos, e a Engenharia Química começava a acrescer no Brasil e na América Latina. “Daquele tempo até hoje, o setor químico teve uma expressiva evolução e é por isso que temos a necessidade de estar sempre atualizando nossos conhecimentos, da mesma forma que devemos sempre acompanhar todos os avanços tecnológicos que são necessários”, completou Isaac. 

O evento latino-americano acontece até o próximo dia 26. A programação completa do congresso, que traz mini cursos, palestras e festas, encontra-se na página eletrônica http://www.aleiq.org/colaeiq/.