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Ansiedade Social: um transtorno pouco estudado

Essa foi a conclusão da palestra de Gabriela Bezerra de Menezes, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) e doutora em Ansiedade e Depressão, sobre o Transtorno de Ansiedade Social (TAS), ou Fobia Social. O evento ocorreu na manhã desta sexta-feira, dia 11, no Instituto de Psiquiatria (IPUB) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no campus da Praia Vermelha.

– Essa desordem mental tem como principal sintoma o medo do indivíduo na hora de interagir ou se dispor ao contato social. Esse temor pode provocar ruborização, intenso suor, tremor e até crises de pânico, dependendo da situação em que a pessoa se encontra. Para evitar tais reações, ela acaba evitando certas circunstâncias, o que afeta diretamente sua qualidade de vida e as suas relações com os outros – esclarece a palestrante.

O diagnóstico desse transtorno ainda é impreciso, devido ao alto índice de comorbidade e de variações. Porém, com uma classificação mais abrangente, pode-se dividir a doença em dois tipos: o circunscrito e o generalizado. No primeiro, os sintomas só aparecem em situações sociais específicas, como se apresentar ou falar em público. Já no segundo caso, qualquer socialização pode desencadear comportamentos físicos e psicológicos negativos.

Por se tratar de um transtorno crônico e de alta freqüência na população, as pesquisa associadas à Fobia Social deveriam ter também como alvo crianças, adolescentes e idosos. Mas não é bem isso o que acontece. Segundo Gabriela Menezes, são poucos os estudos contundentes, controlados e de qualidade sobre a doença. “Por exemplo, os grupos examinados deveriam ter representantes de várias faixas etárias”.

Uma prova do levantamento precário sobre o transtorno é a indecisão em relação à forma de tratar um paciente. Especialistas no assunto ainda discutem se a combinação de remédios é melhor do que o uso isolado dos fármacos. Além disso, ainda está em debate a distinção entre o TAS e o Transtorno de Personalidade Esquiva.

O objetivo da palestra era atualizar os dados sobre o Transtorno de Ansiedade Social e os remédios mais aconselháveis para o tratamento. Porém, Gabriela Menezes foi além e ressaltou as principais características da doença, o seu histórico de diagnósticos e todo o contexto social que o distúrbio envolve e afeta.