O reitor Aloísio Teixeira fez um pronunciamento formal na abertura da sessão do Consuni desta quinta-feira, 26.06.08, em defesa do respeito às regras do convívio e do funcionamento institucional democráticos. Referindo-se às manifestações de setores do movimento estudantil, que têm, desde o ano passado, com freqüência, inviabilizado a realização normal das sessões do colegiado máximo da universidade, o reitor destacou que “Os mais antigos hão de se lembrar quanto nos custou, em passado recente, a ruptura com a institucionalidade: nossa Universidade paralisou-se e regrediu para os pequenos espaços, agravando a fragmentação que sempre a caracterizou.” Lembrou que a consolidação da natureza pública da UFRJ requer o respeito à sua institucionalidade.
Aloisio dirigiu um apelo ao bom senso de todos os membros do Conselho e da comunidade “para que defendam seus interesses e reivindicações, lutem por suas idéias, mas que o façam dentro de princípios que garantam a normalidade de nossa vida institucional”.
Abaixo, a íntegra do pronunciamento do reitor
“Não poderia deixar de me pronunciar, antes do início dessa sessão, sobre os acontecimentos verificados na última reunião do Conselho Universitário.
Mais uma vez esse espaço foi palco de uma manifestação intempestiva e desnecessária por parte de um grupo de estudantes, que tentou impor sua vontade ao Conselho. E, quando a proposta que apresentou não encontrou acolhimento por parte do plenário, inviabilizaou a continuidade da reunião, impedindo o Conselho de deliberar.
A repetição de acontecimentos como esse não apenas fere as mais elementares regras de convivência acadêmica e social; não apenas impede o CONSUNI de deliberar; não apenas desrespeita o colegiado que exerce — legítima e legalmente — a jurisdição suprema da Universidade; não apenas constrange fisicamente os presentes e causa danos ao patrimônio público sob nossa responsabilidade; não apenas implica a inobservância do comportamento que membros de nosso corpo social devem manter quando exercem a legítima representação de seus segmentos, como leva a Universidade Federal do Rio de Janeiro à fronteira de uma crise institucional.
E é sobre isso que devo pronunciar-me. Os mais antigos hão de se lembrar quanto nos custou, em passado recente, a ruptura com a institucionalidade: nossa universidade paralisou-se e regrediu para os pequenos espaços, agravando a fragmentação que sempre a caracterizou.
O respeito à institucionalidade — essa é a experiência vivida por todos — é condição para nossos desenvolvimento acadêmico e, acima de tudo, para que possamos consolidar a natureza pública da UFRJ. A desconconstituição dessa institucionalidade, ao contrário, dá armas a todos aqueles que querem destruir a universidade pública.
Por isso, apelo ao bom senso de todos os membros desse Conselho e de nossa comunidade para que defendam seus interesses e reivindicações, lutem por suas idéias, mas que o façam dentro de princípios que garantam a normalidade de nossa vida institucional.
A universidade continuará respeitando e garantindo a livre manifestação de todos os seus segmentos. A Reitoria continuará aberta ao diálogo e à concertação. O Conselho Universitário continuará a ser o espaço onde todas as demandas da comunidade possam expressar-se. Mas a obediência ao que dispõem nosso estatuto e nossos regimentos e a garantia da normalidade da vida institucional devem nortear o comportamento de todos. Essa é uma responsabilidade coletiva, mas é também uma atribuição do reitor, que saberá cumprir seu papel nesse momento difícil”.