A Faculdade de Letras da UFRJ iniciou nesta segunda-feira, 19, a comemoração pelos 40 anos do movimento estudantil de maio de 1968. Nos dias 20 e 21 de maio, haverá uma mesa redonda, às 11hs, para discutir a narrativa e a cultura brasileira em 1968, respectivamente.">A Faculdade de Letras da UFRJ iniciou nesta segunda-feira, 19, a comemoração pelos 40 anos do movimento estudantil de maio de 1968. Nos dias 20 e 21 de maio, haverá uma mesa redonda, às 11hs, para discutir a narrativa e a cultura brasileira em 1968, respectivamente.">
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Reflexão 40 anos após maio de 68

A Faculdade de Letras da UFRJ iniciou nesta segunda-feira, 19, a comemoração pelos 40 anos do movimento estudantil de maio de 1968. Nos dias 20 e 21 de maio, haverá uma mesa redonda, às 11hs, para discutir a narrativa e a cultura brasileira em 1968, respectivamente.

A Faculdade de Letras da UFRJ iniciou nesta segunda-feira, 19, a comemoração pelos 40 anos do movimento estudantil de maio de 1968. Ronaldo Lima, diretor da instituição, abriu o evento ao falar sobre a origem da manifestação, que ocorreu na França e de lá se expandiu para o resto do mundo.

Durante a abertura, o diretor falou sobre a importância do movimento e da influência exercida em autores da época, como Sartre, filósofo francês autor da teoria do homem como projeto, segundo a qual, a existência precede a essência da humanidade.

Participaram ainda da cerimônia, Martha de Araújo e Vera Lins, professoras do Programa de Pós-graduação em Ciência da Literatura, que enalteceram a importância da reflexão sobre os acontecimentos ocorridos há 40 anos.

– O mundo e a história não dependem de nós. Os acontecimentos ocorrem, participamos deles, mas muitas vezes não entendemos o porquê de estarmos ali. É preciso tempo e reflexão para perceber que aquele movimento foi importante. Esse é o propósito desse evento”, disse Ronaldo.

O primeiro dia de comemoração seguiu com a exibição do filme “15 filhos”, de Maria Oliveira e Martha Nehring. A película apresenta depoimentos de filhos de ativistas da época, a respeito das conseqüências que as manifestações deixaram em suas vidas pessoais.

Na mesa redonda realizada no dia 20 de maio, Francisco Foot Hardman, professor da Unicamp, Beatriz Bracher, autora de livros como “Azul e dura” e “Não falei” e Nonato Gurgel, professor da UFRJ, debateram a respeito das narrativas latino-americanas que apresentam alguma correlação com o movimento de 68. 

Entre os autores analisados, estava Roberto Bolaño, homenageado por Foot Hardman, que descreveu, resumidamente, a vida do autor. Mundialmente conhecido por “Detetives Selvagens”, Bolaño dedicou a maior parte da sua vida à poesia, embora tenha se destacado também na prosa.
O professor mostrou fragmentos de algumas das obras do escritor.

A principal relação deste autor com maio de 68 está no seu caráter iconoclasta, radical, tanto na política quanto na poesia. Bolaño dedicou sua vida na defesa da ética e da estética na juventude.

Hoje, dia 21, às 11hs, a Faculdade de Letras realiza uma mesa redonda para discutir a cultura brasileira e encerra o evento de comemoração dos 40 anos de 68.