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Cinema contemporâneo na UFRJ

O projeto Fórum na Tela, organizado pelo Fórum de Ciência e Cultura (FCC) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) promove neste mês de maio a mostra de filmes dos cineastas japoneses contemporâneos Hirokazou Kore-eda e Shinji Aoyama. Serão quatro dias de exibição seguidos por um dia de palestra com a convidada norte-americana Linda Ehrlich, professora estudiosa do assunto.

O Superintendente de Difusão Cultural do projeto e professor da Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ, Denílson Lopes, justifica a escolha dos cineastas japoneses, que trabalham a questão do cotidiano com um tempo particular e uma experiência mais contemplativa: “Toda a geração nova associa o cinema japonês à violência, sem ao menos conhecer sua história, que é muito rica. Esta é uma oportunidade para se ter um outro tipo de referência à cultura japonesa contemporânea”.

Nos dias 12, 13 e 14, serão exibidos as obras de Kore-eda “A luz da ilusão”, “Depois da vida” e “Ninguém pode saber”. Na quinta-feira, dia 15, “Eureka”, de Aoyama, passará pela primeira vez no Brasil. A exibição é sempre às 19 horas, no Salão Moniz de Aragão. A palestra com a professora Ehrlich, Nobody Knows and the Resonant Gesture on Screen, está marcada para o dia 20, às 15 horas, no Auditório da CPM. Ambos os encontros, gratuitos e abertos ao público, acontecem no campus universitário da Praia Vermelha – Avenida Pasteur, 250.

Para ter acesso à programação, basta acessar o site www.forum.ufrj.br.

Fórum na Tela

Embora o projeto Fórum na Tela – realizado pela ECO e pelo FCC da UFRJ, com o apoio da Fundação José Bonifácio e do Banco do Brasil – já exista há um tempo, apenas neste ano ele tem adquirido um perfil bem definido, de trazer ao público cineastas contemporâneos, a partir dos anos 70, que não foram lançados comercialmente no Brasil e que normalmente não estão disponíveis em locadoras, conforme explica Denílson:

– Como há uma carência de informações consistentes sobre cineastas contemporâneos e como outros centros de cultura exibem, prioritariamente, obras voltadas para o cinema brasileiro, achamos que poderíamos complementar o que já existe, entrando no espaço de uma produção internacional. Este é o papel da universidade: trazer diversidade para que possamos entender e julgar.

De acordo com o superintendente, além de atuar na formação dos alunos e de todos os interessados em cinema, o projeto ainda pretende reverter a realidade de valorização extrema do local e do nacional seguida por desprezo ao conhecimento do que acontece no mundo: “Estamos muito provincianos; nos interessamos pelo filme apenas quando ele discute algo que nos é próximo. A idéia da mostra é que possamos entender melhor aspectos alheios, dialogando com outras referências”.

Além das mostras de diretores contemporâneos internacionais, o projeto Fórum na Tela mantém a tradição de exibir lançamentos nacionais, acompanhados de debates, como aconteceu com o filme O longo amanhecer, a cine biografia de Celso Furtado lançada no FCC em março.