O Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (IESC-UFRJ) promove a II Semana de Saúde Coletiva de 26 a 30 de maio. O objetivo da iniciativa é contribuir para a difusão dos conhecimentos atuais no campo e proporcionar um espaço de diálogo entre os diversos segmentos da sociedade brasileira envolvidos com o setor de saúde, visando aproximar a produção acadêmica dos serviços e da política de saúde e tendo como eixo central a promoção de cidadania.
– Pretendemos trazer a discussão para os estudantes e profissionais, através de alguns temas que consideramos fundamentais em nível de saúde coletiva, buscando inserir no debate a questão da cidadania -, esclarece Lúcia Abelha Lima, pesquisadora do IESC e uma das coordenadoras da Semana.
O evento apresenta o tema “Saúde coletiva e cidadania” como uma maneira de alertar para a significância de um equilíbrio entre estes dois pólos. Segundo Lúcia Abelha, existe a preocupação de manter este contraponto entre o exercício da cidadania e a saúde em seu caráter coletivo durante os cinco dias. Para tanto, a organização visa convidar para as oficinas e mesas redondas, que estão no programa da II Semana, além de pensadores e pesquisadores dessa área, representantes dos movimentos sociais.
Está intrínseca à temática da saúde coletiva a tríade formada pelo doente, o agente da doença e o meio onde a situação se coloca. Esse triângulo permite uma abrangente diversidade de adjacentes e é por meio dessas ramificações que a II Semana pretende informar e instruir seus participantes. Pensar em saúde infere refletir a respeito de qualidade de vida e para esta se fazer presente, é necessário enfocar questões ambiental, social e de cidadania.
– Com relação à abordagem da saúde ambiental, por exemplo, é possível a interação das problemáticas do agrotóxico, da saúde clínica e do suicídio. É dado estatístico que no Rio Grande do Sul, atualmente, nas áreas de plantação, há uma incidência muito maior de suicídio, não só por alguns destes produtos levarem a depressão, como também o acesso facilitado ao agrotóxico como modo. Logo, é de vital relevância pautar esses aspectos –, alerta a pesquisadora.
Dessa maneira, torna-se crucial o cidadão não conhecer os seus deveres como tal. Indubitavelmente, é estabelecida uma relação de ajuda mútua, se a questão for analisada pelo prisma no qual a saúde coletiva eleva o bem-estar, que, por sua vez, é mais eficaz se os indivíduos estiverem conscientes do seu papel social.
De acordo com Lúcia Abelha, outro paradigma desta relação binomial que será discutida no evento pode ser encontrado no dia-a-dia do carioca atualmente. “A epidemia da doença transmitida pelo Aedes aegypti está gerando um entendimento de cidadania em cada pessoa. Eu estava lendo uma reportagem outro dia e até as crianças encontram um modo de apoiar o combate à dengue ao jogarem areia nas poças d’água que encontram pelas ruas”, aponta.
Por meio de alguns dados significativamente demonstrativos, a coordenadora da II Semana de Saúde Coletiva ambientaliza o tema, justificando a sua qualificação como tal, a partir da sua expressividade na vida dos seres humanos.
As inscrições de trabalhos para o evento têm no dia 18 de abril o seu último dia válido. Mais informações no site www.iesc.ufrj.br.