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Água para todos

Aula inaugural realizada na Escola Politécnica problematiza temas como a carência de saneamento básico e a universalização da água e do esgoto.

 Água para todos até 2025 foi o tema da palestra proferida nessa quarta-feira, 2 de abril, no Laboratório de Computer Integrated Manufacturing da UFRJ (LABCIM), por Carlos Cosito, presidente eleito da Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental (AIDIS), na aula inaugural organizada pela Escola Politécnica (Poli) aos alunos do Curso de Especialização em Engenharia Sanitária e Ambiental (CEESA).

O professor Ericksson Almendra, diretor da Poli também esteve presente. Defendeu principalmente a qualidade da instituição, que apresenta instalações adequadas e um corpo docente preparado. “A questão do saneamento básico é algo rentável. É preciso que os governos enxerguem isso. Se o projeto é levado adiante, reduzem-se os gastos com a saúde e os investimentos acabam retornando dentro de algum tempo.” – continuou fazendo uma comparação com a dengue – “se o governo tivesse investido antes na prevenção da doença, hoje não estaria tendo os prejuízos que está com hospitais. Além disso, curar essa epidemia não resolve o problema, só acarreta em mais despesas”.

O objetivo da palestra de Carlos Cosito foi, entre outras coisas, mostrar aos alunos que a principal meta da sua gestão enquanto presidente é realizar a universalização de água e esgoto, ou seja, levar esses recursos a 100% da população, como foi definido no II Fórum Mundial da Água, ocorrido no ano de 2002 em Haia.

Através de quadros comparativos, Cosito mostrou um panorama sobre o acesso a esses recursos hoje. De acordo com os dados obtidos, cerca de 40% da população mundial não tem condições sanitárias adequadas.
– O processo de urbanização que tende a ser cada vez maior afeta diretamente a necessidade por água e tratamento de esgoto. A fossa séptica, que usamos para separar a parte sólida, pode ser uma solução, mas apenas para populações esparsas. Em metrópoles como Rio de Janeiro e São Paulo, isso se torna inviável –  explicou o presidente da AIDIS.

A qualidade de serviços prestados nessa área deixa a desejar. Além da falta de vigilância da mesma, cerca de 77.600 crianças morrem por ano devido à diarréia provocada pela falta de saneamento. “Fala-se tanto de dengue, mas esquecem que existem outros problemas que podem matar ainda mais”, criticou.

Carlos Cosito concluiu a palestra ao falar sobre os principais estudos que precisam ser feitos para se atingir a universalização. Entre eles, destacam-se: o dimensionamento das necessidades de investimento, estimativas do quanto seria gasto, definição do perfil da população que não possui instalações sanitárias no Brasil, entre outros. No final do evento, os alunos que concluíram o curso no semestre passado receberam seus certificados sob aplausos dos estudantes que acabam de entrar para o programa.