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Transplante de medula óssea é discutido no hospital da UFRJ

 Na última sexta-feira, dia 7 de março, foi realizada uma conferência sobre os 30 anos de transplante de medula óssea no Brasil. A exposição foi ministrada pelo professor Ricardo Pasquini, um dos pioneiros na realização desse procedimento no Brasil. O evento ocorreu durante o I Congresso do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho.

Ricardo Pasquini, chefe dos serviços de hematologia/oncologia e transplantes de medula óssea do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), afirmou que o Brasil realiza hoje 30 transplantes de medula por 10 milhões de habitantes e declarou que “ainda temos que ampliar bastante”. Hoje, a média de espera por um transplante de medula é de 270 dias. “A mediana deve ser reduzida, pelo menos, para 100 dias. Para que isso ocorra, nós precisamos aumentar o número de leitos. Não temos leitos para atender a todos. As pessoas levam tempo não só para encontrar o doador, mas para realizar o transplante. Esse tempo não pode ser maior que três ou quatro meses”, explicou o oncologista.

Além do problema dos leitos, Ricardo Pasquini ressaltou que o transplante de medula óssea não está incluído entre os transplantes obrigatoriamente contemplados pelos planos privados de saúde e os altos custos do procedimento não são remunerados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Se é possível discriminar o transplante de medula óssea, tinha que se dar ao paciente a oportunidade de escolher a doença que ele iria ter.”

Apesar das dificuldades apontadas, o especialista comemorou o aumento do número de doadores voluntários de medula no Brasil a partir de 2002, quando houve um estímulo grande a essa prática. Hoje, são aproximadamente 600 mil doadores cadastrados.

Ricardo Pasquini fez um histórico da realização do transplante de medula óssea no Brasil, cujo marco inicial aconteceu no próprio Hospital das Clínicas da UFPR em 1978. Destacou a importância da busca da excelência e da troca de conhecimentos. “Nós contamos com a energia de pessoas que foram treinadas em centros internacionais. O Brasil começou certo. Tínhamos a concepção de que era importante registrar todas as informações sobre o transplante de medula óssea, porque era um método novo”.