O Instituto de Economia (IE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) fechou a semana de recepção aos seus calouros, levantando questões de trabalho na agricultura, migrações e movimentos sociais no campo, através do documentário “Migrantes”.
O filme – realizado pelo professor do IE José Roberto Novaes, com a participação das Universidades Federais do Rio de Janeiro, São Carlos, Piauí e Maranhão – faz parte de um projeto cuja finalidade é transformar as pesquisas acadêmicas em formas de fácil assimilação para leigos. Ou seja, a realidade brasileira explicada em teses, com uma linguagem pouco acessível, vira imagem.
“A universidade produz toneladas e toneladas de pesquisa. A questão é como podemos usar esta produção socialmente. As teses têm uma estrutura tal que, dificilmente, são compreendidas pela maioria das pessoas. Hoje quase todos têm aparelho de DVD em casa e podem assistir aos filmes”, explicou.
Para Novaes, o trabalho do grupo não termina com o final da produção dos filmes, pois ainda deve haver o processo de conscientização. “Nossa atuação vai além do produto final. Agora o desafio é distribuir o produto e divulgar esta realidade”, declarou.
Roberta Correia, aluna de História da UFRJ e bolsista do projeto, reforçou a posição do professor: “O projeto é importante para fazermos uma reflexão na universidade e leva-la para as escolas e para as ruas. Nós usamos o açúcar, por exemplo, mas não percebemos todo o processo envolvido na sua produção”.
“Migrantes”
Retratando a história de pessoas do Maranhão e Piauí – que abandonam suas famílias e seguem para São Paulo em busca de emprego nas usinas de cana-de-açúcar –, o filme “Migrantes”, produzido em 2007, faz uma releitura do Brasil tendo como ponto de vista os personagens da vida real, verdadeiros sujeitos do história.