Nesta quarta-feira, dia 12, o Instituto de Matemática realizou a aula inaugural para calouros e veteranos com a palestra Pura e Aplicada: Duas faces da mesma moeda ministrada pela professora Walcy Santos, professora e coordenadora do Programa de Matemática da pós-graduação.
– Nosso objetivo é mostrar aspectos da matemática, focando em feitos puros e aplicados no desenvolvimento da ciência. Escolhi esse tema porque ele me parece ser muito motivante –, falou a palestrante.
O evento, realizado no auditório “Roxinho” do Centro Cultural Horácio Macedo teve início com a apresentação de Waldecir Bianchini, diretor de Ensino da Matemática, e seus votos de boas vindas para os estudantes que ingressam nesse semestre. “Contamos com vocês para manter as instalações do prédio e reduzir os custos de manutenção como gastos com a energia elétrica, que são exorbitantes”, pediu o diretor.
Para iniciar a palestra, a professora Walcy Santos falou sobre o que era a matemática: “Vocês ingressaram numa ciência do raciocínio lógico cujo objeto de estudo é a relação entre números e formas”. Em seguida, discursou a respeito do tema do evento ao distinguir matemática pura de aplicada. Enquanto a primeira se preocupa em estudar problemas motivados pela aplicação na vida real, a segunda se interessa apenas pela beleza da questão e não pelo seu uso prático.
Pode-se dizer que o evento misturou a interdisciplinaridade ao falar da matemática do ponto de vista histórico e da física, sobretudo como alguns problemas passam de uma a outra disciplina. Uma área interage com a outra.
Os vídeos demonstrativos usados durante a palestra dinamizaram e facilitaram a visualização de alguns problemas expostos. De acordo com a professora Walcy, a matemáticas pura e aplicada estão constantemente em sinergia, ou seja, se relacionando uma com a outra.
Antes de apresentar os cursos da graduação e os programas da pós, a coordenadora explicou porque eles se denominam Instituto de Matemática, uma vez que dentro da Universidade existem outras denominações como escola e faculdade. “Somos um instituto porque fazemos pesquisa na área de matemática. Essa é nossa missão. Temos liberdade de pensamento e criação”. A citação foi validada através do vídeo, feito por computação gráfica, uma das áreas pelas quais a matemática se divide. “Esperamos poder contar com vocês nos próximos meses. Sejam Bem vindos”, finalizou o diretor Waldecir Bianchini.
Uma passagem pela história
A palavra mathematikos vem do grego e significa apreciador do conhecimento. Durante o evento, os alunos puderam conhecer um pouco dessa ciência que está presente na vida de cada um no momento em que se começa a contar.
Na Antiguidade, a matemática foi desenvolvida por filósofos, e a principal motivação era obter resultados práticos, que pudessem facilitar a vida cotidiana das pessoas com taxas, preços, medidas, áreas, e outros. Com o tempo ela foi se tornando mais abstrata e se definiu em dois ramos bem distintos: aritmética e geometria. Nomes como Laplace, Newton, Leibniz e Fermat se destacaram ao longo da história. O livro Elementos de Euclides foi o mais traduzido até hoje depois da Bíblia e consiste numa sistematização dos conhecimentos anteriores à época.
Inicialmente, quando foram descobertos os primeiros números irracionais, eles foram tratados como demoníacos, pois não se podia imaginar como sua existência era possível. Na idade média, a teoria matemática começou a ser aplicada à arte através das noções de profundidade que os quadros começaram a ganhar afim de que pudessem se aproximar o máximo possível do real.
A matemática evoluiu muito com a passagem dos séculos, mas esse processo se deu de forma muito lenta. Ela tem uma particularidade que a torna especial. Uma solução encontrada em qualquer época continuará sendo aplicada mesmo após séculos de novas descobertas. Uma ciência que está presente no nosso dia-a-dia nas situações mais corriqueiras, mesmo quando não paramos para observar.