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Serviço Social discute o Reuni na UFRJ

 Foi realizado nessa terça-feira, 25 de março, o Seminário de Pós-graduação e Oficina Nacional de Graduação em Serviço Social da UFRJ, que abordou o tema “A política nacional de educação e os impactos na área de Serviço Social: questões da Pós-graduação e da Graduação”. O evento funcionou como ensaio para o II Seminário Nacional de Pós-graduação e a Oficina Nacional de Graduação, que ocorre de 26 a 28 de março.

O encontro objetivou fomentar o debate sobre os desafios da implementação das diretrizes curriculares frente à ofensiva neo-conservadora no Serviço Social e procurou formar estratégias de incentivo à produção acadêmica para o fortalecimento do projeto profissional crítico.

Segundo Maria Magdala, diretora da Escola de Serviço Social (ESS) da UFRJ, o Brasil se encontra em uma conjuntura extremamente adversa devido às investidas do projeto neoliberal representado, no contexto acadêmico, pelo Reuni. A palestrante ressalta o quão é difícil hoje resistir a esse processo que, segundo ela, atormenta a grande maioria da comunidade universitária: “Esse modelo está aí impondo regras na administração, na escola, na sala de aula”. A diretora, a exemplo da ESS, deixou claro que se opõe politicamente ao Reuni e declarou que a luta continuará para defender as diretrizes da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (Abepss) no meio político.

De acordo com Marina Maciel, presidente da Abepss, o II Seminário Nacional de Pós-graduação e a Oficina Nacional de Graduação resultou de uma articulação entre a Universidade Federal Fluminense (UFF), a Universidade Estadual do Rio de Janeiro e a UFRJ. Para ela, as atuais reformas incidem significativamente na precarização do trabalho docente e na desqualificação da qualidade de ensino. A Abepss, segundo a presidente, considera essa luta é um desafio devido à grande falta de recursos. “Precisamos manter sempre a chama da resistência acesa, independentemente das dificuldades”, disse Maria Maciel. O trabalho em conjunto das outras entidades e do movimento estudantil são a principal força, segundo a presidente, que move o debate contra o Reuni.

Para Yolanda Guerra, doutora da ESS, o momento é muito relevante para o Serviço Social desde o início da atual gestão na escola, em 2006. Segundo ela, a proposta da gestão era a articulação intrínseca com as entidades da categoria e a promoção sistemática de eventos. “O objetivo foi alcançado e esse seminário é resultado de todo o esforço da ESS”, se orgulhou Guerra. A resistência da escola às novas determinações do Reuni se expressa através de projetos como cursos de especialização Lato-Sensu e cursos de capacitação contínua de profissionais de Serviço Social. Yolanda Guerra considera muito importante que a Oficina Nacional traga para discussão a política governamental de ampliação do número de vagas em universidades públicas, sem condições financeiras e físicas para isso.

Segundo ela, permitir que tal mudança aconteça será desperdiçar décadas de credibilidade da instituição pública de ensino superior no Brasil. O encontro nacional, de acordo com a doutora, visa reunir as instâncias governamentais para esse debate juntamente com os processos de avaliação das instituições pelo governo, que serão discutidos pelos profissionais de Serviço Social. O propósito de toda a gama de eventos baseados no debate deste aspecto visa mais do que trazer a questão à tona. “Estamos aqui lutando pela formação de profissionais críticos, competentes, mas que fundamentalmente prezam pela justiça social, democracia e educação continuada”, declarou Yolanda Guerra.