Reconhecido nacional e internacionalmente por suas composições e com uma modéstia incomparável, o compositor Edino Krieger iniciou a Aula Inaugural realizada na Escola de Música da UFRJ, na última terça-feira, 11 de março, afirmando que não faria uma aula, pois o que aprendeu, ao longo de seus quase 80 anos, não era suficiente nem mesmo para ele.
Com uma vida inteira dedicada à música, Edino Krieger explicou que a tradição musical de sua família o influenciou. “A organização musical familiar fez com que eu cultivasse o interesse pela música popular brasileira. Porém, meu pai insistiu para que eu estudasse a música clássica”, ressalta.
Krieger explicou que, hoje em dia, um compositor tem acesso a uma série de elementos que não se tinha no passado e, por isso, não há como se manter fiel a um único estilo de composição. “Raramente, encontra-se um artista que faz música para justificar um estilo”, enfatiza.
O compositor concluiu seu discurso afirmando que 80 anos foram muito pouco para aprender tudo precisaria. “Talvez, daqui a mais 80 anos, eu saiba alguma coisa de música e até volte aqui para dar uma aula para vocês”, ressaltou, com modéstia, o compositor.
Para homenagear Krieger, que é Doutor Honoris Causa pela UFRJ desde de 2002, foram feitas três apresentações por estudantes de Graduação e Pós-graduação da Escola de Música de obras do compositor. Eduardo Monteiro tocou Improviso para flauta; o Quinteto Carioca tocou Quinteto Embalos, composta por três momentos: Balanço de Breque, Ser ou não ser seresta e Choro Canônico; Cristiano Pessoa interpretou Sonatina para Piano.