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Dengue: a culpa é do vizinho?

 Até hoje ninguém sabe se responsabilidade de eliminar o mosquito da dengue é municipal, estadual ou federal, mas todo mundo sabe que ele está solto por aí. A briga para saber quem deve acabar os mosquitos é longa. Só este ano, já foram registrados mais de 20 mil casos no estado do Rio de Janeiro, com 61 óbitos.

Sem excluir o dever dos políticos, a população também tem que se conscientizar e cuidar de suas residências; caso contrário, elas acabam se tornando criadouros do mosquito. E quando ele aparece, a tendência é sempre culpar o vizinho.  Para lembrar a população sobre seu papel, o professor do Departamento de Virologia do Instituto de Microbiologia  Professor Paulo de Góes da UFRJ, Maulori Cabral, faz regularmente palestras sobre mitos e verdades da dengue.

No dia 17 de março, ele realizou mais um encontro, no Salão Azul, prédio da Reitoria. Durante a palestra, o professor afirmou que a existência da dengue é educacional, e, portanto, tem cura. Contudo, de acordo com o professor, é necessário que a população tenha responsabilidade social, sobrepondo os interesses coletivos aos individuais. “Precisamos fazer um Brasil contra a dengue. Mas, por que isso não acontece? Porque falta civilidade das pessoas, que acabam criando mosquitos em sua casa”, ressalta.  

Além dos cuidados tradicionais, como não deixar acumular água em pratos de vasos de plantas e xaxins; esvaziar garrafas e pneus velhos sem uso, colocando-os em local coberto; manter caixas d´água, poços, latões e filtros bem fechados, assim como, manter limpas calhas, lajes e piscinas; uma outra maneira de acabar com a dengue é a mosquitoeira desenvolvida e patenteada pela UFRJ. Além dela, há também a mosquitérica (mosquitoeira genérica), que pode ser feita com garrafa pet por qualquer pessoa.

Segundo Maulori,  o dispositivo funciona como uma armadilha letal para os mosquitos e quando utilizada fora de casa impede que novos mosquitos apareçam. “A utilização conscientizada da mosquitérica, como ferramenta educacional, previne a população de Aedes aegpty  que estejam contaminados com vírus, pois o mosquito fica preso na armadilha”, explica. O professor ressaltou ainda que para problemas antigos, como é o caso da dengue, soluções novas precisam ser utilizadas e é na universidade que elas emergem.

O departamento de Virologia coordena também o Disque-Dengue, que oferece orientação à população sobre como evitar a proliferação do mosquito da dengue. De acordo com Maulori, as escolas também podem se beneficiar deste serviço, já que são feitas palestras de conscientização.

  Confira a matéria sobre o combate a dengue aqui