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Semana de calouros da Escola Politécnica

 Foto Agência UFRJ de Notícias
  

Calouros aguardam o início da
Palestra

A Escola Politécnica reuniu ontem, dia 26 de fevereiro, o professor e diretor Ericksson Rocha, o decano Walter Issamu, o presidente do CREA-RJ Reynaldo Barros, o presidente da fluxo (empresa Jr.) Estevão, o presidente da FUJB (Fundação Universitária José Bonifácio) Raymundo de Oliveira, o representante do clube de engenharia e da associação de ex-alunos Heloi e o secretário geral da UNE, Ubiratan Cassano, para dar palestras aos novos alunos.

– Eu acho que essa Universidade deve receber bem os calouros até para quebrar a idéia, já consolidada, de que a UFRJ é um serviço público e, portanto tudo é uma bagunça, ou seja, uma visão totalmente errada que a sociedade tem disso aqui. Então, a escola fez questão de recebê-los com demonstração de consideração e organização, – Defendeu o diretor da Poli.

Inicialmente, o representante do Centro Acadêmico de Engenharia (CAENG) explicou aos calouros sobre o funcionamento deste órgão. “Ele representa os estudantes da poli de forma organizada.” – explica Haroldo. Com o objetivo de acabar com a idéia pessimista relacionada ao trote, tradição em todos os cursos da Universidade, a entidade organiza um campeonato de futebol entre os novos alunos com direito a prêmio para os vencedores. Um trote solidário, sem tinta ou constrangimento.

O decano do Centro de Tecnologia se ateve a orientar os alunos acerca das principais instituições presentes no prédio entre elas COPPE, POLI, Escola de Química, e outras.

– Existe uma integração grande entre a graduação e a pós-graduação. Isso é muito importante. A UFRJ é uma das melhores Universidades do país, embora essa posição dependa de diversos fatores, – posicionou Walter Issamu.

Uma questão bastante discutida foi o mercado de trabalho para engenheiros. De maneira bem otimista, o professor Ericksson falou sobre a evolução histórica da profissão. “Em alta na década de setenta, passou vinte anos estagnada e se encontra em ritmo ascendente novamente. O crescimento da demanda por profissionais dessa área significa que dentro de alguns anos, outros setores também crescerão. Não há progresso sem engenheiros. Como mostrado pela grande mídia no último fim de semana, o déficit está muito alto e isso significa que o país quer crescer.” – relatou o professor.

De acordo com as estatísticas dos últimos anos, o percentual de desistências dentro do curso está diretamente relacionado à crise do mercado. Com a melhora das expectativas empregatícias, o número de estudantes que abandonam o curso reduziu. Dentre todas, a primeira a começar a crescer foi a engenharia naval. No entanto, mesmo com o aumento nas oportunidades de emprego e estágio, o professor deixou um conselho aos alunos:

– Estágio é bom, mas na hora certa. O ideal é que vocês esperem até o quinto ano. Antes disso, dificilmente vocês vão trabalhar como engenheiros realmente, vão se prejudicar nos estudos e ainda deixar de adquirir conhecimentos de forma satisfatória, – aconselhou.

A Associação dos antigos alunos da Poli (A3P), criada em 1932 para apoiar professores, alunos e a escola, está criando um programa de apoio ao aluno carente através da doação de livros de ex-alunos bem sucedidos para que melhorem as condições de estudo daqueles que estão começando e têm recursos escassos.

– A gente não se forma nunca. Aprendemos na Universidade a olhar para esse novo caminho. Quem pára de estudar fica estagnado. – alertou Reinaldo Barros.

Para os alunos que ainda não sabem o que fazer após a faculdade, o presidente da fluxo (empresa interna gerenciada por alunos), aconselhou-lhes participar da empresa, pois ela permite o contato com as diversas áreas da engenharia, projetos, o que ajuda no momento de escolher a carreira certa.

Os cursos noturnos foram muito incentivados pelo presidente da FUJB. “É preciso desenvolver novas tecnologias. Temos que ampliar as vagas e oferecer oportunidades para os que precisam trabalhar durante o dia para se manter.” – incentivou Raymundo.

Os estudantes puderam conhecer um pouco mais sobre os projetos do clube de engenharia e o Conselho regional de engenharia (CREA), órgão responsável pela fiscalização e aplicação de penalidades aos engenheiros que prejudicam de alguma forma a população. Apenas alunos desse curso podem obtê-lo e acaba funcionando como uma nova identidade e certificado de conclusão da graduação. Para uma formação completa, é importante que eles participem de atividades extracurriculares. Através da página eletrônica www.clubedeengenharia.org.br é possível ficar por dentro das principais atividades organizadas pelo clube.

À tarde, os alunos puderam conhecer os laboratórios e principais áreas do centro de tecnologia através de uma gincana organizada pela Poli. Nos próximos dias da semana de recepção dos calouros, a Escola oferece aos seus ingressantes, palestras que trazem esclarecimentos sobre os principais documentos dentro da Universidade, oportunidades para os alunos que se destacam, o sistema acadêmico e a importância em ser engenheiro, independente da área que se cursa.

Do ponto de vista social, foi organizada limpeza do mangue para a próxima sexta-feira, churrasco de confraternização e doação de latas de leite à pediatria da UFRJ, uma iniciativa dos próprios veteranos.

O secretário geral da União Nacional dos estudantes contou a história do movimento estudantil e a participação da instituição nesse percurso. Ao entregar a bandeira da UNE ao representante do CAENG, Ubiratan repassou o símbolo de uma mobilização que esse ano completa 40 anos. “Parabéns e sejam bem vindos”, – finalizou.