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O jovem Marx por Lukács

 O livro “O jovem Marx e outros escritos de filosofia”, de Georg Lukács, foi lançado ontem, 13 de novembro, pela Editora UFRJ, no Salão Dourado do Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FCC/UFRJ).  O evento fechou a programação do ciclo “A atualidade do Socialismo e as lições da História”, promovido pela Escola de Serviço Social (ESS/UFRJ) e pelo Laboratório de Estudos Marxistas (LEMA). José Paulo Netto e Carlos Nelson Coutinho foram responsáveis pela organização da nova obra e escreveram a introdução do livro que reúne alguns textos inéditos escritos pelo grande teórico socialista do século XX.
 
José Paulo, presente no lançamento, explicou o projeto que idealizou junto com Carlos Nelson. “Temos a intenção de montar três volumes inspirados no pensamento lukácsiano. O primeiro, dedicado à filosofia, o segundo a respeito da política e o último para tratar a estética. Nosso esforço neste livro foi juntar pequenos ensaios marxistas de Lukács”, explicou. Os dois organizadores consideravam importante criar um via que permitisse a aproximação entre o universo acadêmico e as idéias de um dos maiores pensadores marxistas. “O problema é que as obras lukácsianas são pouco lidas pelos estudantes e muito criticadas nas universidades pelo corpo docente”.

Em seguida, José Paulo discursou uma breve biografia do autor. Nascido na Hungria, proveniente de uma rica família judia, Lukács, em temporada na Alemanha, ingressou no ciclo privado de Weber, considerado um dos fundadores da Sociologia. No contexto da Primeira Guerra Mundial, os escritos do húngaro refletiam sua visão trágica do mundo, cuja salvação o pensador encontrou mais tarde, na eclosão da Revolução Russa de 1917. “O movimento operário parecia-lhe a solução para uma sociedade em perecimento”, descreveu.

Lukács ingressou no recém-formado Partido Comunista Húngaro, em 1918, apoiando a insurreição que seus integrantes promoveram no ano seguinte. A iniciativa garantiu alguns meses de poder socialista na Hungria, mas logo foram fortemente combatidos. Na clandestinidade, o grande teórico do marxismo refugiou-se na União Soviética. Na década de 60, ele participou do processo de renovação do socialismo. Morreu, com 86 anos, em 1971.