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Crianças e adolescentes recebem tratamento psiquiátrico na UFRJ

 O Instituto de Psiquiatria da UFRJ (IPUB) oferece tratamento psiquiátrico gratuito a crianças e adolescentes de até 18 anos incompletos. Pelo Serviço de Psiquiatria da Infância e Adolescência (SPIA), coordenado por Heloísa Brasil, em média, mais de 600 pessoas dessa faixa etária recebem atendimento mensal no IPUB. Em agosto deste ano, 795 pacientes foram atendidos pelos profissionais do SPIA.

Segundo Heloísa Brasil, os atendimentos são, em geral, mais procurados por escolares – crianças entre 7 e 10 anos – e os distúrbios mais freqüentes são os comportamentais, como agitação psicomotora; inquietação; falta de atenção na escola; agressividade – crianças que batem nos colegas; não aceitam limites e ordens; têm intolerância ou frustração. “Há dois extremos de diagnóstico que também transitam no SPIA. Um é o de crianças com problemas de variação constante de humor, ora estão tristes, chorando, com vontade de se matar. O outro, de crianças aceleradas, que falam muito, são afoitas e não temem o perigo”, acrescentou a coordenadora e, ainda, frisou a recorrência de problemas relativos à aprendizagem.

Os familiares e responsáveis por crianças e adolescentes que apresentam características como as relacionadas acima podem procurar o SPIA que funciona no campus da Praia Vermelha. A recomendação da coordenadora é que, na primeira fase do atendimento, no processo de triagem, o responsável já vá acompanhado da criança. “Muitas vezes, a mãe não vem com a criança e isso atrasa o tratamento, pois perde a oportunidade de um primeiro atendimento”, comentou. A triagem faz parte do Programa Porta de Entrada (Propen) que depois encaminha para o Programa de Atendimento Clínico.

A triagem acontece todas as segundas, terças, quartas e sextas-feiras, de manhã. Heloísa orienta os interessados no tratamento a chegarem antes das 8 horas da manhã, já que são realizadas três triagens por dia. Número que a coordenadora do SPIA acredita ser razoável. “Com três triagens por dia, atendimentos de crianças ou adolescentes novos, somos capazes de fazer um primeiro diagnóstico mais abrangente e ver se a criança é candidata a ser tratada aqui”, explicou ela. Neste dia, os médicos já avaliam a possibilidade de o paciente ser encaminhado para o SPIA ou para outro local. Na triagem é feito um esboço mínimo de como vai ser a seqüência de tratamento do infanto-juvenil.

Feito o diagnóstico do Propen, as crianças e adolescentes são encaminhadas para programas de análise clínica específicos, tais como: situações de violência na infância; psicoterapia com crianças; gravidez na adolescência e os desajustes causados na família e na paciente; atendimento ao adolescente sob risco (aquele que tem seu primeiro surto psicótico; um quadro maníaco; o início de uma esquizofrenia ou uma anorexia nervosa; depressão grave; situações de afastamento do âmbito social); atendimento psicoterápico; terapia de grupo para adolescente; atendimento psiquiátrico para crianças e adolescentes; grupo terapêutico para as famílias com crianças em tratamento.

O Propen é considerado um programa por integrar Pesquisa, Ensino e Clínica. Os tratamentos são realizados por estudantes, orientados por Heloísa Brasil, e a partir deles é feita uma pesquisa que visa entender a demanda dos pacientes do SPIA. O Serviço de Psiquiatria da Infância e Adolescência (SPIA) está localizado na rua Venceslau Brás, 71, fundos; mais informações pelo telefone 2295-3449.