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XI Fisio Fundão confirma sucesso do evento

 No último dia 26 de outubro, o Auditório Professor Rodolpho Paulo Rocco, o Quinhentão, foi palco da abertura da décima primeira edição do Simpósio de Fisioterapia da UFRJ – Fisio Fundão. O evento, que há 11 anos atrás tinha o objetivo de arrecadar fundos para a formatura do curso de fisioterapia, atualmente já reverte seus rendimentos para todos os serviços de Fisioterapia da Universidade. O Hospital Universitário Clementino Fraga Filho e o Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira são alguns deles.

Estava presente na mesa de abertura o decano do Centro de Ciências da Saúde, Almir Fraga Valadares. Além dele, o coordenador do curso de Fisioterapia, Cícero Luiz de Andrade e Clarissa Gomes Zuma, presidente do Centro Acadêmico, compuseram a solenidade.

— A comunidade de Fisioterapia da UFRJ está em clima festivo nos próximos três dias. O Fisio Fundão já está se tornando uma tradição — afirmou, entusiasmado Cícero da Andrade. “O evento tem uma particularidade: consegue atender a diversas expectativas, englobando praticamente todas as áreas da fisioterapia. Isso atrai o interesse de fisioterapeutas e até de outros profissionais”, concluiu o coordenador.

Lesões na medula e independência
A primeira palestra abordou o tema “Independência funcional em pacientes com lesão medular traumática”. Fernanda Guimarães de Andrade, graduada em Fisioterapia pela UFRJ e mestranda em Saúde Coletiva, pelo Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (IESC/UFRJ), foi a palestrante.

A medula espinhal é o principal motor de comunicação entre o entorno do corpo e o cérebro. A lesão medular, independentemente de ser traumática ou não, provoca sérios danos aos pacientes. “A medula se encontra dentro do canal vertebral e quando ocorre uma lesão medular, de qualquer tipo, os danos para o indivíduo são muito grandes, porque a medula faz justamente a comunicação e controla as funções de motricidade, sensibilidade, entre outras”, explicou Fernanda.

As causas para essas lesões são inúmeras. A fisioterapeuta citou, entre elas, acidentes de automóvel, motocicletas, além de acidentes ou ataques com armas de fogo. “É importante lembrar que muitas vezes a lesão não acontece diretamente na medula. Em lesões causadas por arma de fogo, por exemplo, a bala se aloja próximo à coluna vertebral e o calor da bala provoca os danos ao tecido”, ressaltou.

Os níveis de lesão podem ser medidos de acordo com a região afetada e com testes específicos. Quanto maior for a lesão, maiores danos serão causados ao paciente. De qualquer forma, a doutora lembrou que é fundamental buscar o tratamento e alguma independência para o indivíduo.

— É comum pensar que um paciente com uma lesão completa não pode mais ser ajudado. Isso não é verdade. Quando uma pessoa tem uma lesão completa, mesmo que a lesão seja alta, existem alguns objetivos, que podem parecer mínimos, de independência para esse paciente — explicou Fernanda, contando casos de pacientes que conseguiram, por exemplo, escovar os dentes. “Alguns pequenos avanços já influenciam muito na vida dessas pessoas”, comentou a doutora.

— É importante lembrar que uma lesão medular traumática é traumática também pra vida do indivíduo e muitas coisas mudam na vida dele. Temos que trata-lo com o maior cuidado e torna-lo o mais independente possível — finalizou Fernanda Guimarães

O XI Fisio Fundão durou todo o final de semana e contou, ainda, com outras palestras, oficinas, a inédita Mesa Redonda de Neurologia e, ainda com um depoimento de um paciente de fisioterapia, que falou os detalhes sobre a reabilitação pós TRM, encerrando o simpósio, no domingo, 28 de outubro.