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Colóquio Anual de Engenharia Química na COPPE

 O Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE) promoveu, na última quarta-feira (03/10), a abertura da sétima edição do Colóquio Anual de Engenharia Química. A mesa de abertura do evento foi composta por Angela Uller, pró-reitora de pós-graduação e pesquisa da UFRJ; Luiz Pinguelli Rosa e Aquilino Senra, diretor e vice-diretor da COPPE, respectivamente; José Carlos Pinto, coordenador do Programa de Engenharia Química (PEQ/COPPE) e Victor Teixeira, coordenador da comissão organizadora do colóquio.

Todos os participantes da mesa buscaram ressaltar a importância do evento. Angela Uller fez referências a sua gestão na PR-2: “podemos refletir sobre a pós-graduação na UFRJ através da COPPE”. E destacou o esforço da pró-reitoria em aperfeiçoar o modelo de pós-graduação da universidade, com o objetivo de atingir notas mais altas em avaliações.

Já para Luiz Pinguelli Rosa, a importância do colóquio estava no tema escolhido. “Vocês sujaram o planeta e agora querem limpá-lo”, brincou. “A COPPE desenvolve pesquisas relevantes sobre a relação da energia com o aquecimento global, e essa visão de ultrapassar o stricto sensu é importantíssima.”

Aquilino Senra observou que a COPPE se destaca por inovar em suas pesquisas. “Estudamos Engenharia de saúde, nanotecnologia e novas fontes energéticas. Além disso, procuramos entender quais os impactos das fontes de energia tradicionais sobre o meio ambiente. A maior preocupação da COPPE é desenvolver novos produtos que sejam fontes de energia alternativas para o Brasil”.

José Carlos Pinto e Victor Teixeira fizeram uma retrospectiva da história do PEG e agradeceram aos demais membros da mesa, aos estudantes e aos funcionários, todos, segundo Pinto, “grandes responsáveis pela nota sete do Programa de Engenharia Química da COPPE.”

Primeira palestra aborda os biocombustíveis

O Colóquio Anual de Engenharia Química iniciou suas atividades com a palestra “A indústria petroquímica no próximo século: como substituir o petróleo como matéria-prima?”. O convidado era Ulf Schuchardt, professor titular aposentado de química orgânica da Unicamp, cuja produção inclui cerca de 150 artigos em publicações internacionais, mais de 100 teses e dissertações orientadas e mais de 10 patentes registradas.

Schuchardt mostrou aos presentes a urgência da substituição do petróleo por biocombustíveis. “Precisamos lutar contra o tempo. Já temos problemas de esgotamento de reservas de petróleo e devemos pensar em como substitui-lo. Nesse sentido, a energia de biomassa é uma excelente solução, porque permite a economia de combustíveis fósseis e a redução da poluição. Com a biomassa, talvez possamos cumprir as metas de diminuição das emissões de gás carbônico na atmosfera”, alertou.

Através de diversas equações químicas, o docente mostrou como transformar a biomassa em produtos químicos e a importância de se desenvolver catalisadores para tais reações. “A lignina, substância utilizada na fabricação de sorvetes, é usada na produção de gás de síntese através da gaiseficação com oxigênio. Depois dessa etapa, é possível obter combustíveis através de uma reação com catalisadores”. Além disso, o docente destacou que a obtenção de ácidos através de biomassa reduz os custos de produção de diversos produtos. Para Schuchardt, “essas são possibilidades que devem ser exploradas”.

O professor ainda explicou o conceito de “Química Verde” — que visa à preservação do meio ambiente e da saúde humana — e encerrou sua palestra dizendo que a engenharia química brasileira ainda não está totalmente preparada para a produção de energia de biomassa, mas ele espera mudanças efetivas no setor. “Ainda há muita coisa a se fazer para a substituição do petróleo na indústria. O primeiro passo é buscar fontes alternativas de combustíveis para deixar o petróleo somente para atividades mais nobres”, finalizou.