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Estudos celulares prometem novidades

A Biomedicina também marcou presença na XXIX Jornada de Iniciação Científica. Laboratórios de estudos celulares apresentavam suas experiências e conclusões. Não foi difícil notar que estes projetos têm potencial e representam grandes chances de avanço ao tratamento de diversas doenças.

Os dois trabalhos relacionados abaixo mostraram pesquisas que estão no cerne das discussões contemporâneas: medicamentos antitumorais e pesquisas com células-tronco. Confira as idéias destes trabalhos.

A ação do ácido oleanólico na atividade dos tumores pulmonares
A pesquisa, desenvolvida pela bolsista da área de Biomedicina Mariana Massaoka, sob orientação das professoras Kelly Araújo Lucio e Cerli Gattass, apresenta pesquisas feitas in vitro analisando os efeitos do ácido oleanólico no tratamento de células de alta resistência ao tratamento do câncer de pulmão.

Mariana falou primeiramente das distinções entre as chamadas “não-pequenas células” e “pequenas células”. As primeiras têm 80% de incidência da doença e não respondem ao tratamento quimioterápico, enquanto as outras respondem inicialmente bem à quimioterapia, mas, depois, voltam a causar problemas, desenvolvendo alta resistência a múltiplas drogas do tratamento e desencadeando um rápido processo de matástase (proliferação do tumor).

A bolsista fez experimentos aplicando este ácido nas células, e, a partir de diversas análises, pôde concluir que ele, tanto nas pequenas células como em não-pequenas, produziu um bom resultado, reduzindo a viabilidade celular e matando as células danosas.

Segundo Mariana, esta investigação está ainda no começo e as propriedades antitumorais do ácido oleanólico ainda não estão comprovadas. Ela pretende começar a pesquisa em seres vivos em breve, mas se as experiências continuarem apresentando soluções favoráveis, este ácido pode ser, como afirma a estudante, “excelente candidato ao tratamento do câncer no futuro”.

Isolamento, caracterização e cultivo de células de medula óssea humana
Desenvolvido na área de Biomedicina, o laboratório da bolsista Tais Kasai-Brunswick, orientado pela professora Regina Goldenberg, trabalha com células mononucleares retiradas da medula óssea humana, com as quais se desenvolvem hoje as terapias celulares. Neste projeto, Tais isola, caracteriza e cultiva estas células, visando desvendar as progenitoras, ou seja, que são, provavelmente, células-tronco.

Seu trabalho é a fase inicial para qualquer tratamento feito com base em células-tronco, pois ela caracteriza-as, para depois avaliar a interação com os órgãos em que estas células forem aplicadas. No desenvolvimento da pesquisa, eles aplicaram as células-tronco em pacientes que sofreram AVC ou sofrem de Doença de Chagas e cirrose hepática. Os resultados obtidos não garantem a melhora do paciente, mas mostram como este procedimento de terapia celular é seguro, pois não houve rejeições por parte dos pacientes.

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