Fotos: Fernando Leal |
Moraes Moreira toca para uma plateia empolgada |
Moraes Moreira fez show nesta sexta-feira (21) no Centro Cultural do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN) da UFRJ, na Ilhada Cidade Universitária, no Fundão.
Para começar, a música “Ferro na boneca”, título do primeiro disco dos Novos Baianos. O artista solo intercalou grandes sucessos com um pouco de história: em tom de poesia, falou do grupo ao qual fez parte, divulgando o livro A história dos Novos Baianos e Outros Versos, o qual deve ser lançado até o mês de outubro.
Durante a apresentação, a platéia não ficou parada: quem sabia a letra cantava junto, quem não sabia, dançava e aplaudia. O clima de animação foi explicado por Ana Rosa, secretária executiva da Secretaria dos Órgãos Colegiados, que não dispensou a oportunidade de acompanhar a festa: “independentemente da idade, a música boa ultrapassa as barreiras, rompe gerações”.
Em entrevista, Moraes Moreira falou sobre o gosto de estar na UFRJ: “Os estudantes são um público que eu adoro. Nos circuitos universitários que existiam antigamente, a gente saia tocando para essa galera. Tem coisa melhor do que tocar para rapaziada legal, que quer saber da história da música? Além de tudo, a gente constrói novas relações e mostra que não está aposentado”.
Aprendizado cultural e acadêmico caminhando juntos
Com ingressos caros e deslocamentos infinitos nas grandes cidades, hoje está cada vez mais difícil o acesso à cultura, principalmente para os estudantes, que geralmente não dispõem de R$ 40 para assistir a uma apresentação musical, mais algum dinheiro para o lanche, sem falar do gasto com transporte.
Para contornar esse problema – e ainda promover a integração entre a comunidade acadêmica – o Centro Cultural Professor Horácio Macedo (CCMN/UFRJ) promove, de abril a novembro, apresentações de teatro, dança, palestras, música, exposições, que acontecem sempre na universidade e que são gratuitos.
Alunas da Faculdade de Letras da UFRJ:
oportunidade de acesso à cultura
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– Isso é muito bom para nós estudantes, porque não temos dinheiro para freqüentar casas de shows -, explica Vanessa Queirós, aluna do 3º período de Português-Francês da Faculdade de Letras da UFRJ (FL). “O horário também ajuda”, completa Nilzelaine Anjos, que está no 8º período de Português-Latim: “geralmente estamos saindo das aulas, e aqui encontramos amigos e um ambiente confortável”.
De acordo com Keila Chimite, produtora cultural do Centro Cultural do CCMN, a programação mensal oferece uma variedade artística incontável: “quem vem nesses eventos tem um leque muito grande de oportunidade de conhecimento artístico. Procuramos passar um pouco de tudo com o que apresentamos. Se é possível ter um momento de lazer e de aprendizado, vamos preservar isso!”.
João Massena (Instituto de Química/UFRJ): "A Universidade tem que dar também educação artística e musical". |
João Massena Filho, professor do Instituto de Química da UFRJ (IQ), afirma que “a universidade não tem apenas que formar o químico, o engenheiro, o farmacêutico, mas tem que dar também a educação artística e musical”, com o que concorda Lílian Bergqvist, professora do Instituto de Geociências da UFRJ (IGEO): “aqui é uma cidade universitária – numa cidade tem que ter estudo, trabalho e diversão também”.
Na programação cultural do CCMN, têm vez alunos, professores e funcionários que queiram mostrar seus dotes artísticos, além dos sempre esperados cantores e grupos musicais. Keila explica que os artistas mais jovens confirmam seu sucesso com os estudantes, enquanto que os mais antigos vêm mostrar seu trabalho à nova geração, dando-lhe a oportunidade de conhecer um pouco da história do Brasil.
Em outubro, o CCMN vai sambar ao ritmo do grupo Sururu na Roda, que apresenta o consagrado cantor Nelson Sargento, mesclando ao seu gingado contemporâneo, a tradição do samba brasileiro. Para acompanhar a programação cultural entre no site: http://www.cchm.ufrj.br/index.asp.