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Documentários produzidos pela UFRJ são transmitidos pela RioTV

Na sexta feira, 28/09, vai ao ar o segundo documentário da série UFRJ.doc, que está sendo transmitida pela RioTv Câmara, canal legislativo (12) da tevê a cabo, todas as sextas-feiras à meia noite e reprisada aos sábados as 9 da manhã. A série apresenta uma seqüência de 11 documentários, que abordam diferentes temas, como Trabalho Infantil, História, Ecologia, Literatura, entre tantos outros.

A UFRJ produz, por ano, mais de 100 vídeos, entre documentários, ficções, vídeos didáticos, vídeo-arte e institucionais. Para difundir melhor toda essa produção, a UFRJ deu início a um processo interno de articulação entre os seus diferentes núcleos de produção audiovisual, que vão desde a própria Escola de Comunicação até unidades como o Museu Nacional, a Coordenadoria de Comunicação e a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares, do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe).

O filme a ser exibido em 28/9 é Na barcaça do tempo (2006), dirigido por Maíra Norton e Julia Penna.  Com duração de 22 minutos, o documentário narra como era a vida dos moradores antigos da Ilha Grande na época do presídio, dos bailes, dos blocos de carnaval, da lavoura. Percorrendo as vilas de Abraão, Dois Rios e a praia de Parnoica as personagens lembram o que era viver Ilha Grande há 70 anos. O que permanece, o que muda, o que se eterniza e o que se perde no tempo.

Na seqüência poderão ser assistidosmais mais 10 documentários: Meninos da roça; Conversas de criança; Meninas e mulheres; Califórnia à brasileira; Guariba 1984; A memória em nossas mãos; Lima Barreto e Arquipélago de São Pedro e São Paulo, os penedos do Atlântico.

Para ter maiores informações confira a sinopse dos filmes:

Meninos da roça
Ano: 1994
Duração: 19 min
Realização: MP2 Produções

Na periferia da cidade de Campos (RJ), empreiteiros ou “gatos” arregimentam para o trabalho a maior parte dos 40.000 empregados na safra da cana-de-açúcar. Desse contingente participam os meninos da roça. O vídeo, que busca tornar visível sua condições de vida, retrata o trabalho da lavoura da cana e o fim da jornada, quando abandonam seus facões, tiram suas roupas sujas de fuligem da cana queimada e brincam de ser criança.

Conversas de crianças
Ano
: 1998
Duração: 22 min
Direção: José Roberto e Paulo Pestana

Através de histórias contadas por crianças e adolescentes o vídeo apresenta o cotidiano nos acampamentos e assentamentos organizados pelo Movimento dos Trabalhadores Sem terra (MST) na Região Sudeste. Imagens e falas tecem suas relações com o trabalho, com a escola, com as brincadeiras, com a diversão, mas, em suas conversas, essas crianças não falam apenas de seu próprio universo, oferecem, também, uma via para o resgate de importantes aspectos da vida de suas famílias, construindo um rico mosaico de percursos sociais que bem caracterizam a vida daqueles que lutam pela terra no Brasil.

Meninas e mulheres
Ano
: 1999
Duração: 21 min
Direção e Roteiro: Beto Novaes

Registr da trajetória e do cotidiano de vida de adolescentes que vivem na periferia da cidade de Campinas (SP). Um olhar desarmado, uma tentativa de resgatar o dia-a-dia de famílias que se reproduzem fora dos padrões idealizados pela sociedade, que enfrentam situações de desemprego, de falta de moradia. São elas que proliferam em estreita convivência com as drogas, com a gravidez precoce, com as prisões. São retratos de meninas que se tornam mulheres e mães aos 12 anos de idade. No contar essas histórias aparecem os gestos, os sonhos, os afeto, os carinhos e a esperança sinalizando que a vida pode ser transformada.

Califórnia à brasileira
Ano
: 1991
Duração: 24 min
Direção: Beto Novaes

Em 1990, a região de Ribeirão Preto (SP) foi apresentada ao Brasil como a “Califórnia brasileira”. Nessa "Califórnia”, a agroindústria da cana-de-açúcar é uma das principais atividades econômicas. O vídeo Califórnia à Brasileira apresenta uma outra versão da mesma realidade regional. Não se trata de questionar indicadores econômicos. Em frente da câmera, os cortadores de cana descrevem suas condições de vida; evidenciam a nova realidade com a introdução das máquinas que substituem os homens no corte, registram a repressão policial na greve de Guariba. Califórnia à Brasileira é um chamamento à reflexão sobre as práticas sindicais dos trabalhadores rurais diante da modernização tecnológica e das novas estratégias patronais de contratação, gestão e controle da força de trabalho. É também um convite para enfrentar uma discussão mais geral acerca do “moderno” e do “atrasado” no Brasil atual.

Guariba 1984
Ano: 2002
Duração: 11 min
Direção: Beto Novaes

O fio condutor do roteiro é a exibição de imagens dos dias da greve de 1984, na inauguração da sub-sede do Sindicato dos Empregados Rurais, no bairro de João de Barro, em Guariba (SP), em agosto de 2001. Realizado no mesmo bairro em que se destacou a violência policial, o vídeo-documentário registra a preocupação dos sindicalistas em resgatar a história e incorporar a memória do passado nas lutas do presente.

A memória em nossas mãos
Ano: 2002
Duração: 16 min
Direção: Beto Novaes

Tornando vivas as lembranças da greve de Guariba, as personagens desse vídeo-documentário falam sobre o presente. Na mais rica região do país, homens e mulheres descrevem, com riqueza de detalhes, as precárias condições de vida e de trabalho. Passados 17 anos da greve de Guariba, revisitam sua história, avaliam os ganhos da greve de 1984, as perdas impostas pelas mudanças tecnológicas e pelas novas formas de gestão do trabalho agrícola e constroem alternativas.

Lima Barreto: um nome por ele só
Lima Barreto, negro e de origem humilde, é considerado um dos primeiros escritores do romance social brasileiro, sendo autor de obras como Triste fim de Policarpo Quaresma, Clara dos Anjos, Recordações do escrivão Isaías Caminha, entre outras. O mote do documentário é um busto do escritor localizado na Praça Calcutá, na Freguesia da Ilha do Governador (bairro em que ele morou e publicou suas primeiras letras). Esse monumento, que o homenageia — como outros patrimônios da cidade em estado de abandono — continua sem placa de identificação, apesar dos esforços de intelectuais e pesquisadores em preservar a memória do escritor e reconhecer sua importância.

Arquipélago São Pedro e São Paulo, os penedos do Atlântico
Ano
: 2004
Duração: 18min
Produção: Fernando Moraes

O vídeo – vencedor do prêmio de melhor curta-metragem documentário do Festival de Cine e Vídeo Científico do Mercosul (Cinecien 2006) – produzido pelo biólogo Fernando Moraes, do Museu Nacional (UFRJ), enquanto coletava amostras de esponjas nas ilhas oceânicas brasileiras, mostra um pouco da beleza, pouco conhecida, do Arquipélago São Pedro e São Paulo, que dista cerca de 1.000 Km da costa Nordeste do Brasil.