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I Semana de Pós-graduação em Bioquímica Médica

Por iniciativa dos alunos está ocorrendo nessa semana, de 24 a 28 de setembro, no Auditório Rodolpho Paulo Rocco (Quinhentão), a I Semana de Pós-graduação em Bioquímica Médica, inteiramente organizada e planejada pelos pós-graduandos.

A abertura do evento ocorreu dia 24 e contou com a participação da professora Débora Foguel, Diretora do Instituto de Bioquímica médica; do vice-diretor do instituto, professor Mário Cardoso Neto; da coordenadora de pós-graduação do Instituto de Bioquímica Médica, professora Andréia Poian; da vice-coordenadora da pós-graduação, professora Ana Paula Valente; e do representante da comissão organizadora, Daniel Sanches.

Em sua fala, a professora Débora Foguel deu as boas-vindas a todos os presentes, e parabenizou os alunos, em especial a comissão organizadora, por essa iniciativa. Ela ressaltou o grande crescimento, que vem ocorrendo nos últimos anos, do Instituto de Bioquímica Médica, e conferiu grande parte do crédito aos alunos. Além disso, destacou também a importância da pós-graduação no Brasil, como forma de melhorar a realidade vigente.

Logo em seguida, o professor Mário Neto contou um pouco da história do Instituto de Bioquímica Médica: era um instituto pequeno, no qual as informações e dados sobre pesquisas e experimentos dos alunos eram compartilhados no corredor; que com o tempo foi crescendo e perdeu um pouco dessa troca. Portanto, segundo ele, essa iniciativa retoma um pouco esse intercâmbio de informações; o que, “com certeza, vai ser fundamental para enriquecer os planos de trabalho, e as técnicas de todos os pesquisadores.”

O representante da Comissão organizadora, Daniel Sanches, agradeceu, então, as palavras que foram ditas, e afirmou que o apoio dos professores estimula os alunos a realizar esse evento, “que com certeza será o primeiro de muitos.”

Agradeceu também às 446 inscrições realizadas, como aos 149 participantes que apresentaram seus trabalhos. E afirmou seu desejo de que essa Semana não se torne apenas um evento do Instituto de Bioquímica Médica, mas sim um evento da Universidade e do Brasil; a fim de que novos encontros científicos possam ser promovidos, e aquele passado de trocas de informações possa ser resgatado, de uma maneira mais formal. Para, com isso, construir um futuro melhor para a Ciência e para o país.

Palestra Inaugural

A palestra inaugural foi proferida pelo doutor Hugo Caire de Castro Faria Neto, formado em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), especializado em processos inflamatórios, e atualmente Chefe do Laboratório de Imunofarmacologia da Fundação Oswaldo Cruz.

O tema central da palestra foi a respeito de um trabalho que vem sendo desenvolvido pelo professor, juntamente com sua equipe, sobre o estudo da SEPSIS.
A SEPSIS é uma resposta inflamatória sistêmica a um agente infeccioso. Sendo que essa resposta do organismo é danosa ao próprio hospedeiro. Ou seja, há uma infecção, produzida em geral por bactérias, que se torna generalizada, principalmente na corrente sangüínea.

Outra consideração possível a respeito da SEPSIS, é que ela é a interseção de dois grandes conjuntos: o conjunto de pacientes que tem um quadro infeccioso, e o conjunto de pacientes que tem uma resposta inflamatória sistêmica, ou síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS).

– A ocorrência da SEPSIS é uma situação extremamente grave, uma vez que ela é a principal causa de mortalidade em Centros de Terapia Intensiva (CTIs). A mortalidade atinge valores de até 60% em alguns lugares, e em lugares de tecnologia mais avançada, em torno de 30 a 35%. Ou seja, é uma mortalidade extremamente elevada e, por isso, precisa ser tratada o quanto antes -, afirmou o professor.    

Assim, existem três medidas principais para tratar um paciente com SEPSIS: a primeira é o controle da infecção, através do uso de antibióticos ou antifúngicos, mas que ainda é insuficiente isolada; a segunda é o uso de medidas de suporte de vida, ou seja, colocar o paciente no respirador, fazer hidratação, que obteve um grande avanço nos últimos anos devido à invenção de novos equipamentos mais modernos e eficientes; e a terceira medida, que é algo que vem se desenvolvendo, mas ainda não gerou frutos muito positivos, é justamente tentar modular essa resposta inflamatória danosa ao hospedeiro.

estudos clínicos, a fim de testar novas terapias e, com isso, controlar a resposta imune inflamatória nos paciente com SEPSIS, não houve praticamente nenhum resultado positivo -, explicou o médico.

Assim, o foco da palestra foi discutir as possíveis causas que têm tornado inviável o controle da infecção geradora da SEPSIS, e discutir alternativas a fim de mudar essa situação.