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Memória

II Congresso Internacional AILP

 Foto: Agência UFRJ de Notícias
  
Evanildo Bechara autografando uma de suas
gramáticas

Foi aberto ontem, dia 25 de setembro, com a participação ilustre de Evanildo Bechara, membro da Academia Brasileira de Letras, o II Congresso Internacional da AILP (Associação Internacional de Lingüística do Português). 

Com início às 9h, a Cerimônia de abertura ocorreu no Auditório do G2 da Faculdade de Letras da UFRJ, na Ilha da Cidade Universitária, no Fundão. Participaram também, Maria Lúcia Leitão de Almeida, professora e uma das organizadoras do evento; Luiz Edmundo Coutinho, Silvia Brandão e Célia Lopes, professores da Faculdade de Letras da UFRJ.   

Evanildo Bechara também professor, gramático filólogo, e autor das principais gramáticas da Língua Portuguesa, ficou responsável pela Conferência de Abertura, na qual tratou majoritariamente da relação entre a língua e a identidade nacional.

Afirmou que a existência de uma língua comum, capaz de elevar-se acima de todos os particularismos dialetais, é o indício do surgimento do sentimento de pertencer a uma nação, ressaltando para o fato de que quem constrói a língua na sua essência, são os próprios homens, de acordo com a sua cultura. “A constituição da identidade de um povo não é apenas integrada pelos que melhor falam a língua, mais por todas as demais parcelas da sociedade”, disse.

O acadêmico falou ao citar Fernão de Oliveira: “cada um fala como quem é”, atentou para as peculiaridades lingüísticas, suas individualidades – O idioma se constrói e se constitui na diversidade regional e social dos falares – enfatizou. Acrescentando ainda que esse aspecto não contradiz a essência complexa do falar e da língua, mas lhe dá um colorido especial.

No entanto apontou para o fato de que quanto mais vasta e evoluída for a solidariedade social e histórica de um povo, mais unitária e perfeita será a língua, sendo que sua fixação como oficial depende da tradição escrita e a configuração dos seus modelos uniformizados e sistematizados para se apresentarem como língua nacional, dos intelectuais e estudiosos.

Bechara, que começou seu discurso parabenizando todos que já estão ou se preparam para “embarcar nesta nau dos insensatos que é o magistério”, terminou-o tratando da grande importância de os estudiosos da linguagem darem atenção à língua comum e da relevância do evento, com resultados e propostas promissoras, para a língua materna.

Após essa Conferência de abertura foram ministradas mais três palestras que falavam da situação da Língua Portuguesa em outros países em que ela é oficial. Para o caso da Guiné-Bissau foi convidado Hildo Honório do Couto, da UnB; para o do Timor Leste, Hanna Batoréo, da Universidade Aberta de Lisboa e, para a Angola, Antônio Fernandes Costa, da Universidade Católica de Angola. 

O II Congresso Internacional AILP, centrado no tema "Língua portuguesa: Identidade, difusão e variabilidade" segue até o dia 27 de setembro com debates sobre questões lingüísticas de interesse transnacional. Mais informações no site: http://ailp-edu.org/ii_congresso_da_AILP.htm.