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Memória

20 anos de compromisso e satisfação do ProEDES

 O Programa de Estudos e Documentação Educação e Sociedade – ProEDES comemorou seus 20 anos de organização, documentação e preservação de acervos, públicos e privados, nessa quinta-feira, 13 de setembro, sob inúmeros agradecimentos da Faculdade de Educação da UFRJ – FE, da Fundação Universitária José Bonifácio – FUJB, da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro – FAPERJ e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, que apoiam o programa.

Maria de Lourdes Fávero, coordenadora do ProEDES afirmou que a instituição tem sido reconhecida como centro de referência da educação brasileira devido a todo empenho das pessoas que trabalharam e trabalham no programa. A palestrante agradeceu especialmente ao Arquivo Nacional, que foi de fundamental importância no auxílio ao ProEDES quanto a organização e documentação do acervo da Faculdade Nacional de Filosofia de 1987 a 1990 e, atualmente, na reavaliação dos acervos do programa.

Segundo Maria de Lourdes, o ProEDES começou a partir da organização do acervo da Faculdade Nacional de Filosofia como Centro de Estudos da Documentação, que visava resgatar, recuperar e organizar fontes documentais referentes à educação brasileira e contribuir para a formação de pesquisadores.

Já Helena Ibiapina, Superintendente Técnico-científica da FUJB, observou que o trabalho desenvolvido durante esses 20 anos é altamente reconhecido na universidade: “Graças a ele a reitoria tem defendido a vaga de arquivista, que ainda não integramos, para que complete o elenco e a organização seja feita de forma mais adequada. Isso é um sinal concreto de que o ProEDES tem uma produção representativa e que a universidade a reconhece”, declarou.

A superintendente se mostrou satisfeita pela política do programa ultrapassar os limites do Ensino Superior: “Existe até envolvimento de alunos de nível médio do Colégio de Aplicação da UFRJ, que recebem bolsas de iniciação científica júnior. Não foi por acaso que o ProEDES alcançou o prêmio de melhor trabalho do Centro de Filosofia e Ciências Humanas em 2002”, lembrou Helena.

Jayme Antunes, representante do Arquivo Nacional, explicou que trabalhar com material orgânico, e portanto perecível, é, ao mesmo tempo, árduo e delicado: “Cabe aos profissionais buscar os mecanismos de retenção para aumentar a longevidade do documento. Existem inúmeros estudos por parte de pesquisadores da área sobre qual tecnologia aplicar nesses suportes para que não se desgastem rapidamente”, disse.
 
De acordo com Jayme, o papel do ProEDES foi não só salva-guardar os arquivos mal armazenados, como também dar visibilidade a esses registros: “Não adianta centrar a preocupação no armazenamento de acervos sem se mobilizar para uma função social, através da produção de conhecimento, difusão dos arquivos e prestação de serviço à comunidade”, afirmou Antunes.

O palestrante lembrou que o ideal do programa é mantido de administrador para administrador, para que a qualidade do armazenamento não seja comprometida: “A regra do nosso país é a descontinuidade, mas no ProEDES a preservação dos registros não sofre com os fluxos e refluxos da chefia da instituição”, observou Jayme.
Antunes destacou a necessidade de um projeto de integração das demais instituições, públicas e privadas, que lidam com retenção de memória, informação, veiculação de dados, já que, segundo ele, o pesquisador de qualquer ciência não deve ser privado de estudar a história: “Acredito que esse intercâmbio entre áreas é o que consolida um conhecimento mais abrangente e uma crítica formulada através do estudo da história”, declarou Jayme Antunes.