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Semana de Engenharia na UFRJ

Teve início, no dia 29, a IV Semana Fluxo de Engenharia, com o tema “O futuro é nosso. E a tecnologia também. O conhecimento além da teoria”. Na abertura, o decano do Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CT/UFRJ), Walter Suemitsu, falou sobre a importância da Semana, ressaltando a iniciativa dos alunos.

Organizado pela Fluxo Consultoria, empresa júnior de engenharia da UFRJ, o evento tem como objetivo colocar os futuros engenheiros em contato com profissionais da área, para que adquiram uma visão ampla e possam atender às necessidades tecnológicas da sociedade brasileira e do país. Para isso, estão em andamentos mini-cursos, visitas técnicas e palestras.

Aproveitando o lixo

Uma das necessidades que se impõem ao engenheiro moderno é o desenvolvimento de técnicas que possibilitem a preservação do meio ambiente. Falando sobre esta questão, três doutorandos da UFRJ discutiram na mesa-redonda “Transformando um problema em solução-energia limpa do lixo sujo” a possibilidade de usar o lixo pré-tratado por um processo de compostagem para produzir uma barreira física a ser colocada sobre os Lixões.

Geralmente o material resultante da compostagem é destinado ao uso como adubo para plantas ou como condicionantes para correção do solo. No entanto, a proposta do grupo é outra: “queremos pensar nesse composto como material de construção, não apenas como um material para plantas e solos”, explica um dos pesquisadores, Ronaldo Luiz Izzo.

Para Ronaldo, as vantagens de usar produtos de compostagem para cobrir o Lixão são enormes: além da disposição de material barato (o lixo), a barreira capilar ainda auxiliaria na preservação do meio ambiente ao reter a água da precipitação, impedindo a contaminação das camadas inferiores do solo e a instabilidade do aterro.

O projeto dos doutorandos, no entanto, além de provação para verificar sua real aplicação, depende, em grande parte, de vontade política e de conscientização da população para dar certo, conforme ressalta Juliana Rose:
“A compostagem é um sistema simples, uma tecnologia barata e fácil de ser implementada. Porém, a gente trabalha com o setor público, onde as coisas não fluem tão facilmente. Além da compostagem, é importante que haja antes uma boa triagem, para garantir a qualidade do composto produzido, ou seja, tem que separar bem o lixo antes”.

A compostagem – processo de transformação do lixo em materiais orgânicos utilizáveis, principalmente, na agricultura e para correção de solos – acontece com a degradação, feita pelos microorganismos, da matéria orgânica do lixo, a qual gera, como produto final, gás carbônico, calor, água e matéria orgânica. Este sistema de tratamento, além de reduzir os gases e odores, ainda traz o ganho de espaço nos aterros, pela diminuição do volume de lixo.