A Coordenação de Programas de Estudos Avançados (COPEA/UFRJ) iniciou o ciclo de conferências especiais do mês de agosto com um palestrante ilustre. O professor emérito da universidade e coordenador científico da COPEA, Herch Moysés Nussenzveig, proferiu ontem, dia 9 de agosto, a palestra sobre o complexo tema Tunelamento da Luz.
Realizada na Sala Pedro Calmon, no Forum de Ciência e Cultura da UFRJ, no Campus da Praia Vermelha, a conferência, em linhas gerais, tentou decifrar o fenômeno do tunelamento da luz, segundo Moysés “um desafio, algo antes considerado praticamente impossível” de acontecer. Para isso, o professor, que coleciona inúmeros prêmios, entre eles o da Optical Society of America, traçou um panorama histórico do desenvolvimento da física, desde Isaac Newton, o primeiro a descobrir, experimentalmente e a olho nu, o fenômeno em questão – segundo Moysés, Newton, em seu tempo, “já tinha uma concepção muito complexa da luz, semelhante a que se tem hoje”.
O tunelamento, estudado pela Física Quântica – área de pesquisa que vem se desenvolvendo de modo acelerado no século XXI e que fornece à ciência uma verdadeira enxurrada de descobertas – é decorrente de uma propriedade ondulatória de uma partícula quântica, que a permite atravessar obstáculos, barreiras e interfaces, sem que haja nelas alguma alteração. Usado para explicar a radioatividade, o tunelamento da luz ainda hoje desperta a curiosidade de estudiosos e mais ainda de leigos, uma vez que não é explicado pelas leis da Física Clássica. “A grosso modo, pode-se comparar o tunelamento, por exemplo, ao fato de alguém conseguir atravessar uma parede sem quebrá-la”, explicou o estudante Saulo Machado, aluno do Instituto de Física da UFRJ e do professor Nussenzveig.