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Faculdade de Educação expõe as propostas para o novo milênio

 Os graduandos da Faculdade de Educação da UFRJ promoveram nessa segunda-feira, 27 de agosto, a cerimônia de abertura da IX Semana de Educação e Cultura, que se estenderá pelo período de 27 a 31 de agosto.

A mesa de abertura contou com a participação de Marcelo Corrêa e Castro, decano do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFRJ – CFCH; do professor Renato José de Oliveira diretor da Faculdade de Educação – FE; da professora Regina Céli, coordenadora do Curso de Pedagogia da FE; e da professora Íris Rodrigues de Oliveira membro do Departamento de Didática da FE.

Segundo Marcelo Castro, as Semanas de Educação e Cultura da FE costumavam ser realizadas pelas coordenação e direção da decania do CFCH, porém a proposta desta edição era implementar um evento planejado pelos estudantes de educação: “Hoje em dia, mais importante do que ter o apoio e a parceria dos docentes e dos servidores da Faculdade de Educação é que se incentive e que se mantenha um evento que partiu da iniciativa dos estudantes, desenvolvendo, assim, essa perspectiva que costuma permanecer apagada”, lamentou o decano. Marcelo falou que o protagonismo dos estudantes deve ser mantido em eventos desse porte: “Nada do que será falado aqui teria relevância sem que os estudantes fossem colocados como direcionadores dos grandes debates da universidade, esse fato que é tão pedagógico e academicamente importante”, disse Marcelo Castro.

Além das propostas tradicionais, Renato de Oliveira acredita que essa edição da semana de educação supera expectativas: “Essa semana de atividades não só dignifica o nosso ensino como também mostra que a Faculdade de Educação é uma unidade promotora de eventos. Nós entendemos que esse tipo de intercâmbio intelectual é de suma importância para nossas discussões internas”, observou Renato. Para o diretor, nessa época, excepcionalmente, deve-se alterar o quadro de prioridades: “A universidade só tem a ganhar à medida que esses eventos são promovidos, por isso suspendi as aulas da semana – alguns professores ficaram até chateados comigo. Considero fundamental a participação dos alunos no ciclo de debates”, declarou Renato de Oliveira.

De acordo com a professora Regina Céli, a Faculdade de Educação finalmente está preparada para discutir novos parâmetros: “Foi ouvindo o Hino Nacional no iniciou da solenidade que me passou pela cabeça a velha idéia de ‘Brasil: o país do futuro’. Dei-me conta de que o futuro chegou. Em relação ao tema da semana: ‘Educação do novo milênio’, eu posso dizer que o nosso presente nunca esteve tão entrelaçado com o futuro”, disse a coordenadora.

A professora está certa de que nessa semana de educação haverá uma reflexão profunda sobre o que significa educar atualmente, tendo em vista a mudança da sociedade tradicional para uma sociedade de informações, na qual a percepção do tempo e do espaço é extremamente alterada em relação aos valores da modernidade: “A educação terá de cumprir um papel preponderante, porque a mudança do tempo e do espaço nos induz a pensar que o ensino pode ser rápido ou não presencial, portanto apresentaremos os riscos da nova concepção de educação que surgiu com o novo milênio”, alertou Regina. A coordenadora disse que a proposta dessa semana de atividades é discutir sobre as novas alternativas educacionais, porém garantindo que o tempo de ensino seja mantido como o conhecemos: de modo presencial, dialógico e, principalmente, de modo comprometido.

Segundo Íris de Oliveira, há nove anos atrás se pensava que o novo milênio traria novas conquistas e exigências, mas atualmente estão apresentando propostas, muitas das quais os educadores se recusam a cumprir: “Não se trata de uma resistência ao novo, e sim porque acreditamos na educação feita com a parceria de diversos atores (professores, alunos, diretores). Educação não é apenas a metodologia, não é apenas a tecnologia que comanda o processo educativo”, declarou a professora. Íris crê que a informação sobre tradições valores e sobre a relação homem – homem só se faz de maneira formal e equilibrada na escola: “Como educadores devemos humanizar o ensino e trabalhar as relações entre os indivíduos da sociedade. Não estamos aqui com pensamentos atrasados ou pouco receptivos às tecnologias, até porque estamos abertos a todas as espécies de linguagens criadas pelo homem”, concluiu a palestrante.

No encerramento do painel de abertura houve uma apresentação musical dos alunos da creche municipal Amor à Vida, localizada na cidade de Belford Roxo – Baixada Fluminense. Sob direção da professora Mônica Coelho Martins, a creche atende a 265 crianças de 2 a 5 anos de idade do bairro de Barro Vermelho e esta completando 9 anos de satisfação e auxílio à comunidade.