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Atualidades em Fonoaudiologia

O auditório Halley Pacheco, no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), foi ocupado, no primeiro dia de junho, com aproximadamente oito horas de palestras que integraram o III Atualidades em Fonoaudiologia. O evento, organizado por graduandos em Fonoaudiologia da Faculdade de medicina da UFRJ, é uma tentativa de trazer ao público conhecimentos a respeito de novos campos de atuação da Fonoaudiologia, e mesmo de abrir espaço para a discussão de temas antigos sob uma abordagem diferente.

Alessandra Lapera, especializada em cirurgia ortognática, abriu a programação explicando a Fonoaudiologia Estética. Atendendo pacientes que sofrem com paralisia facial, cicatrizes de causas diversas, limitação de movimentos mandibulares, entre outros, a médica atenta para a questão de que “são pessoas que surgem nos escritórios, e não apenas faces. É preciso, então, perceber estes indivíduos, entender suas necessidades, fazê-los compreender todo o processo a que serão submetidos e saber admitir as limitações da atuação médica caso a caso”.

Felipe Felix, mestrando do Serviço de Otorrinolaringologia da UFRJ, e Patricia Ciminelli, coordenadora do Grupo de Zumbido do HUCFF, detalharam as características, as causas, as conseqüências e o tratamento do zumbido – um som que se origina no próprio ouvido ou na cabeça de todas as pessoas, mas que em alguns casos marca o primeiro sintoma de diversas doenças, tal como a diabetes, e pode vir acompanhado de depressão e crises de ansiedade.

Com o tema “Sotaques ou Oralidade? A diversidade dos falares do Brasil”, Domingos Sávio Ferreira, doutor em Lingüística/Fonética Experimental, apresentou sua pesquisa a respeito das maneiras do falar, e como isso pode ajudar a diferenciar as pessoas segundo o sexo, a idade, a escolaridade, o nível sócio-econômico e a origem de nascimento.

A seguir, o foco girou em torno das estratégias de remediação para pessoas com distúrbios de aprendizado, tal como problemas de leitura – a diferença deste trabalho em relação a outras terapias está em ser mais fechado, concentrado em objetivos específicos, com sessões determinadas para a necessidade individual do paciente. Em seguida, foram apresentados os avanços tecnológicos no treinamento auditivo. Esta etapa foi finalizada por Lídia Cardoso, coordenadora do laboratório de Neuropsicologia e Cognição da Faculdade de Medicina (FM – UFRJ), que discutiu a atuação prática com pacientes que sofrem com problemas de memória em razão de alguma lesão neurológica.

Na parte da tarde, especialistas da Fonoaudiologia, da Geriatria e da Fisioterapia argumentaram a questão do idoso, com indicações dos caminhos que devem ser adotados no tratamento desses pacientes. Antes, com o tema “Bilingüismo Ambulatório de Surdez da UFRJ”, Claudia Jacob, especialista em Psicopedagogia, acompanhada de outros professores atuantes na faculdade de Fonoaudiologia da UFRJ, refletiram acerca da atividade de profissionais da Saúde no ambulatório do HUCFF que, entre outras coisas, está sofrendo com a ausência de verbas para a manutenção qualitativa da equipe.